Eram 08:00 horas de uma segunda-feira quando saí de casa, a caminho da Conservatória para tratar um documento. O sol já se fazia sentir e a humidade obrigava a ter o lencinho à mão para limpar o suor. Acabara de sair de uma gripe típica da época, por isso, o ar condicionado do carro era dispensável.
Quando cheguei à Conservatória, assustei-me pela quantidade de gente que lá estava. Pessoas de todas as idades que empunhavam na mão, muitos deles, envelopes com documentos. Sussurrei aos meus botões: “Hoje vou perder o dia aqui”.
Logo ao aproximar-me ao portão, um segurança, senhor de idade, abordou-me: “Bom dia, senhor! Como está? Que documentos precisa tratar”?
Respondi ao senhor dizendo que queria reconhecer a assinatura de um documento. Ele, atencioso, prestativo e com uma linguagem de respeito, indicou-me a fila dos que iam reconhecer documentos. Foi quando contemplei que havia mais de cinco filas em função dos documentos que se pretendiam tratar. Havia fila dos que iam tratar documentos para matrículas, os que iam autenticar bilhetes de identidade, certidão de casamento, reconhecimento de documentos para terrenos, etc, etc. Depois de ver essa organização e a maneira como as pessoas eram atendidas, sussurrei de novo com os meus botões: “Com essa organização, não vou perder o dia aqui na Conservatória”.
Por Frederico Jamisse
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