Em mais umas diatribes do seu reportório, o líder da Renamo veio dizer que pretende criar nas zonas onde o seu partido teve maior expressão eleitoral, uma região autónoma, e desta se for atacado como sucedeu em Sandjundira iria tomar a capital.
Semana anterior havia dito que tomaria as capitais provínciais.O que se passou para esta mudança? talvez fosse por se ter apercebido da fantasia,e dimensãono pensamento utópico relativo ao mundo real.
Neste período a que chamo paradigma de transição, fase interligada no processo de transição entre o centralísmo democrático, e a consolidação de regras democráticas, oportunistas políticos radicais como Dlhakama irão sempre tentar a sua sorte, desviar a democracia de acordo com interesses confessáveis da sua agenda política.Tudo quanto assistimos no diálogo é uma manobra política ou é táctica, mas é dilatório. Dlhakama não sabe viver em democracia, e só agora veio a confirmação de ter reactivado os laços como testa de ferro do neocolonialismo.A soberania de Moçambique não vai soçobrar apenas porque Dlhakama e os seus pares assim o desejam, contudo existe a necessidade do reforço da unidade nacional,reforço da vigilância do povo às forças de defesa e segurança.Dlhakama quer ver se divide o país para reinar, atiçado pelas riquezas naturais, particularmente, os recursos minerais.Se Dlhakama quiser testar a capacidade ofensiva das FDS e do povo moçambicano, será primeiro a pagar.O executivo está do lado certo, o lado da constituição e do povo que o elegeu.
Mais uma vez ao recorrer a discursos fora do contexto, Dlhakama pretendeu distorcer o sentido da democracia.Mais fácil seria o governo levar Dlhakama pelo seu curriculum ao TPI, do que este declarar uma autonomia regional.Esta é a opinião de alguns diplomatas internacionais no activo, e também de ex-diplomatas hoje activos em áreas de desenvolvimento internacional.Seria um passo anticonstitucional gravíssimo,e um erro do qual Dlhakama devido à ambição pagaria um preço acima da humilhação politica, resultante das derrotas eleitorais.
Apesar de Dlhakama no seu desespero nos querer dividir, temos a noção exacta da solidez que nos irmana como povo e Nação indivísivel, e percebemos como se pode ser imune a vários aspectos exteriores negativos, saber lidar com eles, confrontá-los, e ser mais fortes do que eles.Moçambique é indivisivel.Nestes últimos anos a economia moçambicana tem estado muito mais forte, e a coesão nacional também.Somos imunes a tudo o que nos possa querer dividir.
Embora seja benvinda a participação da Renamo no processo politico,não haverá nem governo de gestão nem autonomia regional alguma que hipoteque a soberania nacional.As províncias já têm com poder executivo os governadores, cuja missão é contribuir para maior descentralização ao poder central, e maior autonomia económica.O lado social patente, quer na luta por melhores condições de trabalho, inclusão social e económica, os governadores são o pivot de desenvolvimento regional, com propósito de combater assimetrias regionais, e tornar as províncias económicamente sustentáveis e competitivas.Os governadores são extensões do poder central, e nem sequer são eleitos, nem políticamente antagónicos ao governo central, a quem devem prestar contas.São escolhidos por mérito, pela capacidade de gestão demonstrada.Bem diferente do que a propalada autonomia regional que Dlhakama e seus assessores estrangeiros motivados da ganância material sonham: uma região da qual ele e os seus, seriam donos e senhores, para meter o dinheiro no bolso.A nível provincial temos também o CPI e outros serviços representando diversos ministérios.
Dom Júlio Duarte Langa, Bispo de Xai-Xai e novo Cardeal, afirmou, e com razão, “democracia é um fenónemo estranho à nossa cultura“.É que nestas coisas não há bela sem senão. Fazer comparações inusitadas com a autonomia da Madeira e Açores, é de uma ignorância alucinante.Por aqui se vê qual a dimensão da conspiração e a tragédia neocolonial assumida da Renamo.Dlhakama chegou a afirmar que a questão governo de gestão havia sido idéa dos Canadianos, e a questão região autónoma ideia de Portugueses?O que tivemos em Outubro foram eleições presidenciais, e para as assembleias provinciais e não um referendum sobre autonomia regional.
É importante aqui repisar que Moçambique é um estado de direito democrático.Todos os orgãos de soberania incluindo a presidência da república baseiam a sua actuação na obervação à Constituição da república.Ora quem é Afonso Dlhakama para tentar reescrever a constituição em que a própria Renamo participou na sua elaboração?Tudo o que o líder da Renamo vem fazendo neste últimos comícios é agitar parte da população a rebelar-se contra o governo central, afim de tentar bloquearoprogresso em direção a futuros mais promissores.Mas atenção, em Moçambique existe o unanimismo de valores patrióticos dominante, acima de qualquer desvirtuamento político com fins de recompensa material.
Inácio Natividade
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Inácio Natividade