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Ruanda activa prontidão combativa da África do Sul

Por Edson Muirazeque

O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, informou, semana passada, que apesar do mandato da Missão da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral em Moçambique (SAMIM, sigla em Inglês) terminar em Julho, o seu país vai extender a presença de tropas que combatem o terrorismo em Cabo Delgado. Na mesma ocasião, Ramaphosa fez saber que forças sul-africanas vão igualmente manter-se em prontidão combativa na República Democrática do Congo (RDC), outro país da SADC com problemas de segurança que Pretória tem estado a ajudar a combater grupos rebeldes. Esta decisão estratégica foi justificada como parte do comprometimento da África do Sul em combater a escalada de actos de terrorismo e do extremismo violento na região. No entanto, a mesma pode ser explicada como uma resposta de Pretória à ascensão do Ruanda como uma potência militar em África. Ou seja, tudo indica que a África do Sul não está disposta a perder o estatuto de país Polícia em África para o Ruanda, especialmente nos territórios dos países da SADC.
Moçambique tem estado a sofrer ataques terroristas desde o ano de 2017. Depois de quatro anos de tentativas das Forças Armadas de Defesa de Moçambique de debelar os focos de terrorismo sem apoio externo, o país viria a aceitar ajuda militar externa em Julho de 2021. Com efeito, no dia 9 de Julho, o Ruanda enviou um contingente composto por militares e polícias para ajudar Moçambique no combate aos insurgentes. No mesmo mês, concretamente no dia 15, e em cumprimento de uma decisão tomada no dia 23 de Junho, a SADC destacou para Moçambique a SAMIM, também com o objectivo de ajudar o país a debelar o terrorismo. Compunham a SAMIM, pelo menos no início das suas operações, contingentes militares de oito países da SADC, nomeadamente África do Sul, Angola, Botswana, Lesotho, Malawi, RDC, Tanzania e Zâmbia. Com um mandato inicial de dois anos, os líderes da SADC viriam a prorrogar, em Agosto de 2023, a actuação da SAMIM por mais 12 meses, o que significa que em Julho deste ano está prevista a retirada das forças regionais detacadas no país. Aliás, já havia sido indicado que por limitações financeiras as tropas da SADC vão mesmo abandonar o país dentro do calendário previsto. Leia mais…

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