O presidente-eleito dos EUA, Donald Trump, meteu- -se, semana passada, num “bate-boca” com Jose Raul Mulino, presidente do Panamá, ao ter ameaçado que vai retomar o controlo do Canal do Panamá. A ameaça de exigir o controlo daquele Canal resulta do que Trump entende como sendo “taxas excessivas” que o Panamá cobra aos navios norte-americanos que passam pelo canal, uma das vias navegáveis mais movimentadas do mundo. A ameaça de Trump pode ser vista em duas dimensões de análise: da obsessão do próximo inquilino da Casa Branca em relação à China e de um aparente expansionismo, pretendendo anexar territórios alheios, que parece que Trump pretende introduzir na política externa dos EUA na sua segunda passagem pela presidência do país.
Donald Trump disse, num evento recentemente, que “estamos a ser enganados no Canal do Panamá como estamos a ser roubados em qualquer outro lugar”, para depois acrescentar que os EUA “doaram [o canal] estupidamente”. Depois do evento, o presidente-eleito publicou, nas redes sociais, uma fotografia da bandeira dos EUA hasteada sobre um estreito corpo de água com a legenda: “Bem-vindo ao Canal dos Estados Unidos!” Em resposta, o presidente Mulino avisou, também pelas redes sociais, que “cada metro quadrado do Canal do Panamá e da área circundante pertence ao Panamá e continuará a pertencer [ao Panamá]”. Ficou instalado, assim, o “bate-boca” entre o próximo presidente dos EUA e o presidente do Panamá. Leia mais…