Reza uma máxima, em Relações Internacionais, de que nas relações internacionais não há amigos e nem inimigos eternos, o que conta são os interesses. O Primeiro-ministro da Polónia, Donald Tusk, anunciou, semana passada, que há um trabalho em curso para que todos os homens do país passem por treino militar. A decisão resulta de uma análise comparativa entre a Ucrânia, que se estima possuir um exército de 800.000 soldados, a Rússia, com 1.3 milhões e a própria Polónia, com cerca de 200.000 homens. Olhando para a guerra russo-ucraniana, o governo polaco decidiu que, até ao fim deste ano, terá um “modelo pronto … para que todos os homens adultos na Polónia sejam treinados em caso de guerra, para que esta reserva seja comparável e adequada às potenciais ameaças”. A intenção é aumentar o tamanho do exército polaco, incluindo reservistas, dos actuais 200.000 para 500.000 homens. Tendo em conta que Varsóvia era o “centro” do Pacto que, durante a ocidentalmente designada guerra fria, se opunha ao braço armado dos EUA/Ocidente, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), pode dizer-se que se está perante um “insólito”.
A Polónia e a Rússia eram países aliados, pelo menos até ao fim da ocidentalmente designada guerra fria. Até o início da década de 1990 existia a Organização do Tratado de Varsóvia, oficialmente o Tratado de Amizade, Cooperação e Assistência Mútua, comumente conhecido como Pacto de Varsóvia, uma aliança militar assinada em Varsóvia, Polónia, entre a União Soviética e sete outras repúblicas socialistas do Bloco Oriental da Europa Central e Oriental em Maio de 1955. O Pacto de Varsóvia complementava, militarmente, o Conselho para Assistência Económica Mútua (COMECON), a organização económica regional dos Estados socialistas europeus. O acordo foi criado em reacção à integração da Alemanha Ocidental na OTAN em 1955. Leia mais…