Início » “Ciúmes” pela soberania “tramam” França em África

“Ciúmes” pela soberania “tramam” França em África

Por Edson Muirazeque

O Chade juntou-se, semana passada, à lista de Estados africanos que cortaram a cooperação militar com a França. O ministro dos Negócios Estrangeiros do país, Abderaman Koulamallah, justificou a quebra da cooperação militar com a antiga metrópole pela necessidade de o país “afirmar sua soberania total e redefinir suas parcerias estratégicas de acordo com as prioridades nacionais”.

O governante avisou que “o Chade cresceu, amadureceu e é um Estado soberano que é muito ciumento em relação à sua soberania”. Tendo em conta que é o quarto país, nos últimos dois anos, a virar as costas a Paris, a colocação do governante chadiano é demonstrativo de que a concessão da independência sem reconhecimento da soberania das suas antigas colónias estão hoje a “tramar” a presença militar da França em África.

O Chade figurava, até ao recente anúncio, como um parceiro-chave na luta do Ocidente contra militantes islâmicos na região do Sahel, na África Ocidental. No entanto, a estrategicidade dessa relação já estava a mostrar algum sinal de desgaste pois, antes da eleição presidencial no passado mês de Maio, as autoridades chadianas ordenaram a retirada das tropas dos EUA do país, uma acção que evidenciava um distanciamento cada vez crescente com os tradicionais aliados ocidentais do país.

A França continuava, pelo menos até ao anúncio da semana passada, a ser o mais próximo aliado ocidental do Chade, com uma força militar de mil homens estacionada no país. O acordo de cooperação militar tinha sido revisto em 2019 e previa o fornecimento de inteligência e assistência logística aos militares chadianos nas suas bases, incluindo na capital N’Djamena. Leia mais…

Você pode também gostar de: