POR EDSON MUIRAZEQUE *
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A tentativa de perpetuação de uma ordem internacional unipolar pelo Ocidente ganhou, semana passada, um adversário que procura unir o mundo contra essa ideia. O Movimento Internacional de Russófilos (MIR, na sua sigla em Inglês) realizou, semana passada, o seu Segundo Congresso e organizou um Fórum sobre a Multipolaridade, com os membros e convidados a convergirem na ideia de que a multipolaridade é a alternativa que deve vigorar no mundo em oposição à unipolaridade. Opondo-se ao universalismo que é supostamente apregoado pelo Ocidente, os russófilos e seus convidados reiteraram o pensamento do filósofo Alexander Dugin, que considerou que o “Ocidente não é toda a humanidade, mas apenas uma parte dela”. Ou seja, os valores ocidentais não devem ser tidos como universais, obrigatórios, mas sim como parte de um conjunto de valores de diferentes povos que devem interagir e respeitar-se mutuamente.
Durante a realização do Fórum sobre a Multipolaridade, Dugin rejeitou o que chamou de “arrogância” do Ocidente em considerar que “neste mundo, existem apenas valores ocidentais; apenas um sistema político – a democracia liberal; apenas um modelo económico – o capitalismo neoliberal; apenas uma cultura – o pós-modernismo; apenas uma concepção de género e família – LGBT; apenas uma versão de desenvolvimento – perfeição tecnológica até o pós-humanismo e o deslocamento completo da humanidade pela Inteligência Artificial e pelos ciborgues…”. Para Dugin, e muitos outros russófilos ou convidados que discursaram no evento, a multipolaridade é uma filosofia alternativa e baseia-se numa objecção fundamental: “o Ocidente não é toda a humanidade, mas apenas uma parte dela – uma região, uma província. Não é a civilização no singular, mas uma entre várias civilizações”. Leia mais…