A primeira vez que fui a Pemba, em Setembro de 1994, era para cobrir o jogo de futebol entre o Namutequelíua (Reis do Norte) e a equipa da Associação Desportiva de Pemba (Pembinha), no qual se discutia se a coroa saia de Nampula para Cabo Delgado ou se se mantinha na primeira província, conforme fosse quem ganhasse naquela partida. Acabou empatado e o Namutequelíua manteve o título. Devia, mais uma vez, representar a zona setentrional de Moçambique, no que hoje é o Moçambola.
Para capitalizar a viagem recebi, por via da Delegação de Nampula (na altura regional) um “dossier” que se referia a uma família de cinco irmãos presos do bairro de Paquitequete, que havia cinco anos esperava por uma resposta do Tribunal Superior de Recurso (hoje Tribunal Supremo) ao qual tinha recorrido por não concordar com a sentença que tinha sido aplicada, relacionada com corrupção numa empresa grossista do Estado.
A pena aplicada foi cumprida, mas eles não deviam sair da cadeia por terem recorrido. Ficaram assim, cinco anos! Era o “dossier” que levava na primeira viagem a Pemba.
