“É a maior boa sorte da humanidade que haja uma substancial correlação entre inteligência e moralidade, incluindo a boa vontade para com o próximo“ – Edward Thorndike
Semana passada, os guardiões da moral e dos bons costumes da nossa sociedade terçaram armas contra um músico da nova vaga porque, ente outras coisas, terá dito que vezes sem conta havia aceitado receber “cachets” abaixo daquilo que acredita ser o seu real valor. Justificava o facto pela simples, mas complexa, motivação de luta pela sobrevivência. A falta de alternativas, ajuntou, era motivo bastante para que aceitasse ser “viajado”, expressão usada por alguns artistas para dizer “fintado”, “subvalorizado”.
A “chuva de porrada” foi brava. Vários artistas e comunicadores caíram sobre o pobre compositor e intérprete que confessara que já engolira vários sapos para poder sobreviver. Achei interessante o “debate” tão somente porque alguns dos intervenientes – artistas no caso – limitavam-se apenas a desancar o cantor-confesso… não apresentavam dados bastantes para nos garantirem que nunca haviam passado pela mesma experiência. Dito de outra forma: mal se descobriram cantores, passaram a receber de acordo com o valor que julgavam ter. Milagres acontecem…
Sem querer tomar partido na contenda, apetece-me dizer duas ou três palavrinhas sobre o “vuku-vuku” – na verdade é mais fogo fátuo do que outra coisa: a primeira é que é importante respeitar a opinião alheia. A segunda é que nem todos nascemos em berço de ouro e a última é que nem tudo o que parece é. Leia mais…
Por Belmiro Adamugy
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