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Não inventar um diálogo forçado

Por admin

Quanto lemos na mídia e depois confirmado das autoridades, que em zonas remotas do país, cidadãos moçambicanos vêm sendo perseguidos,raptados, seus bens saqueados, e mortos pela Renamo, ficamos incrédulos e revoltados.

Diálogo?Não se pode forçar o diálogo quando o oponente político não está para aí virado, e anda a cometer desmandos.

Vivemos uma democracia com indicios de ter vindo para complexificar as expetativas da Renamo,sempre em crise de identidade, e ao que parece até completa  autoflagelação.É  que ademocracia exige uma vibrante e democrática cultura política, perante o compromisso com as suas regras, onde o respeito pela ética surge como fator determinante da parte dos actores políticos E por mais que queirâmos omitir esta realidade,o fato é que o  nosso principal  opositor político, vem manifestando lampejos de extremismos e desespero, ao provocar danos colaterias em Tete,  Morrumbala na Zambezia, Gaza assim como em Maringue, em ataques que  não deixam de  ferir a imagem de estabilidade sócio política e económica, que se pretende do país.

Um potencial clima de caos apenas interessa à Renamo e ao seu líder, e não à maioria de todos nós, que amamos a nossa terra,respeitamos as estruturas do poder constituído, e nos revemos no esforço dispendido na edificação da obra, que a todos identifica no universo das nações.

Vivemos numa democracia parlamentar, e por mais que para alguns esta democracia tenha frustrado as suas expectativas, é a democracia que temos.Se pode ser melhorada,claro que sim.Temos uma constituição e um parlamento, e desde que os mesmos actores deixem de pensar pelo umbigo de venerados líderes, e coloquem o povo em primeiro, a paz e o desenvolvimento, estão garantidos.

Seria aqui exaustivo enumerar as várias incongruências  notabilizadas, desde a introdução do manifesto democrático entre nós, até à presente frição política.Se O AGP foi insuficiente para calar vozes dissonantes , as eleições de 1994, pareciam um passo gigantesco na conciliação de vetores de justiça, unidade e coabitação, e inclusão, mas  que se veio mostrar uma utopia, enquanto velhos ressentimentos não fossem exorcizados.

Se com várias eleições que se seguiram se pressupunha a consolidação da democracia e abdicação de resquícios de animosidade, com origem em convições e ideologias políticas, que nos dividiam, o resultado foi uma ruptura na confiança, como elo de entendimento.O que parecia a panaceia ideal do mal que padeciamos, ressuscitou tensões que julgavamos ultrapassadas.A esfera pública vem adensando com os seus anseios expostos na praça, porque apesar da democracia, alguém interessa polarizar a radicalização de posições políticas contrárias, com cada contendor a defender com arreganho inusual os seus pontos de vista.

Enquanto o partido Frelimo desde 1993, adoptou a Social-democracia,  para melhor defesa da liberdade em todos os sentidos, igualdade, a justiça social e a solidariedade, com o objectivo de colocar os recursos naturais ao serviço de um capitalismo mais igualitário; da parte de Renamo por exemplo assistiu-se à tentativa de bipolarizar o espectro politico, com recurso ao terrorismo, o uso do tribalismo, regionalismo como arma política ao serviço do separatismo, tendo aderido ao eixo do mal, alguns ultracolonialistas como assessores,com intuito de reforçar o bloqueio ao normal funcionamento da democracia. A Renamo ao tentar abrir a caixa de pandora,fá-lo por intransigência à um desiderato impensável de colmatar perante a Lei de todos nós, e não porque o que nos divide seja inultrapassável.O cerne da questão é esta,…A Renamo é  um partido político, com assento parlamentar, com uma milícia armada atrelada para uso político? O que é  ilegal,…Ou um milícia armada com assento parlamentar, e que se dedica ao terrorismo para fins políticos? O que vai dar ao mesmo, sendo  igualmente ilegal.

 Moçambique é estruturalmente pobre, com um governo que tem na agenda quebrar o ciclo  vicioso de subdesenvolvimento e pobreza, do outro lado, temos  o maior partido da oposição a funcionar com contrapoder.Mesmo com um pé no parlamento, limita-se a conspirar em  surdina com estrangeiros, tendo em vista  flanquear o inimigo ideológico,com lavagem de dinheiro injectado, a ver se o regime entre um dia em colapso.

De que valeu a revisão da Lei eleitoral, se Afonso Dlhakama continua o mesmo iditota?Hoje a Renamo não parece existir como um interlocutor político válido.

Não sou hipócrita,digo às claras aquilo que outros falam às escuras.

Este cenário mais a inexistência de mudança de paradigma nos pólos de decisão, dificulta  a busca de paz , e uma aproximação ao governo.É uma situação que induz a crispação política,sendo capaz de adensar ainda mais um quadro por si já volátil, em direção ao epicentro.Se o pomo da discórdiaéo resultado  do ato eleitoral,Dlhakama e os seus merecem constar no Guiness book. Foram 5 derrotas consecutivas.Será que a Renamo nãotem gente capaz de substituir o seu amado e venerado líder?

Ele várias vezes afirmou que o adversário não era o estado de direito, mas o regime político, o que na mente dele é  a mesma coisa.E como o discernimento nunca foi o seu forte, confronta tudo o que ele representa, enquanto  coloca as suas forças residuais em posicionamento ofensivo, para o que der e vier, em Tete e Zambezia,mesmo sem ter capacidade militar para derrotar as FDS.

Ao acicatar a tese de rebelião armada,apenas pensa na sua reforma económica, e no seu retiro político.Ninguém lhe vai perdoar, que de forma premeditada e sem razão,tenha posto em causa a segurança dos moçambicanos.Ele no fundo sabe quando fala em governar, que a mensagem ecoa e provoca ressonância  numa minoria anémica tribalista como ele, e não a maioria dos moçambicanos que vê , em toda esta geringonça dedo exterior.Este bater de tambores é ainda o simbolizar do final de um processo catacterizado por um acumular de derrotas, e que pretende lavar a face junto dos apaniguados da ala radical, que ele representa. Perante isto é falso dizer-se queAfonso  Dlhakama deseja a paz em oposição a outros ditos generais da Renamo , quando ele é o recalcitrante apóstolo da desgraça, e o maior conspirador contra a integridade do estado moçambicano, e as suas instituições democráticas.Não existe mais margem de manobra para um potencial diálogo, sem o desarme incondicional da Renamo.Ninguém quer a guerra nem uma paz podre, contudo o estado não pode ser desautorizado nem desrespeitado, senão ficamos engalfinhados num labirinto sem saída, e perdemos todos.

Viva o 3 de Fevereiro, dia dos heróis moçambicanos.

Ps.Os ataques cordenados levados a cabo pela Renamo, revelam o estado de  isolamento e desespero de Afonso Dlhakama e os seus, num braço de ferro, que ele próprio deu início, e que agora não sabe como dar o braço a torcer.

 

 

 

 

 

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