Foi numa quarta-feira, início de uma tarde fresca, mas solarenta. A Guilhermina, amiga da esposa, chegou perto da hora do lanche, vinda de Mocuba no machimbombo da Camionagem Automóvel. Nesse dia conduzida pelo António Botelho Moniz, também ele amigo da casa.
Os anfitriões viviam em Pebane, um dos distritos da província da Zambézia, no litoral, abraçado pelo Índico, onde existem praias de uma beleza indescritível. Locais paradisíacos. O velho A. Barros e a esposa, Cristina, viviam numa palhota de pau a pique, grande, daquelas que se fazem na zona norte de Moçambique.
A casa tinha três quartos, sala de estar e de jantar, varanda a toda volta, janelas grandes por onde entrava a luz durante o dia e fresco durante a noite. A cozinha e a casa de banho ficavam do lado de fora.
Em Pebane, o velho A. Barros procurava encontrar uma actividade mais lucrativa. Uma actividade profissional que lhe permitisse ter um salário melhor que o de motorista. Nessa tarde, todas as vizinhas vieram visitar a esposa do dono da casa. Estavam naquela zona há pouco tempo, mas já tinham amigas e amigos. Uma das virtudes do velho A. Barros era saber conversar a fazer amigos. Fazia amigos com muita facilidade e era uma pessoa muito solidaria. Dizia muitas vezes, quando conversava com os filhos, “eu sou rico porque tenho muitos amigos”. Esse lema manteve-o até ao fim da sua vida. Leia mais…