TEXTO DE BENJAMIM WILSON
BENJAMIM.WILSON@SNOTICICAS.CO.MZ
Quis o destino, no regresso a Maputo, que a comitiva na qual estava integrado fosse dividida no então Aeroporto da Portela, em Lisboa. Coube-me lugar privilegiado na executiva da transportadora aérea lusa, tendo na companhia um casal português, marido piloto da aviação comercial e a respectiva esposa.
Ao longo da viagem, juro que vivi um misto de sensações. A que mais surpreendeu, ficou na memória com uma certa dose de nostalgia, justamente pelo facto de não ter conseguido enxergar se terei reagido de acordo com as expectativas do momento.
Trocando em quinhentas. O casal tentara tirar de mim as mais profundas revelações sobre Moçambique, até por que se justificava, visto que, desde o começo da interacção, revelaram completo desconhecimento sobre a realidade da minha Pátria Amada.
Após mais de cinco horas de viagem, já entre bacalhaus e bom vinho lusitano, rolou a mais caricata conversa. Na ocasião, não escaparam críticas a Durão Barroso e Jorge Sampaio, representativas figuras da magistratura portuguesa.
Fiquei pasmo quando a dado momento a senhora revelou que, por cada viagem que realizava na companhia do marido, cruzando países, mares e oceanos, levava consigo, de forma indispensável, um casal de gatos. Justificou dizendo que eram os animais de estimação que mais lhe davam prazer na vida, os quais ficamos a saber que se encontravam condicionados numa gaiola apropriada no porão do avião, baptizado como “Fernão de Magalhães”. Leia mais…