POR EDSON MUIRAZEQUE *
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O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, disse, semana passada, que o seu país é “uma força para a paz, para a estabilidade e para o progresso no mundo”. O pronunciamento do ministro é feito numa altura em que as duas maiores potências nucleares, EUA e Rússia, parece estarem empenhadas a reeditar os comportamentos do período da “guerra morna”. Apesar de não haver, de novo, um confronto directo, em solos próprios, entre os EUA e a herdeira-mor da União Soviética, a Rússia, territórios alheios continuam a ser a preferência para as duas manifestarem as suas desinteligências. Enquanto estas duas potências se digladiam em território alheio, como o fizeram na era da confrontação ideológica, a ascendente China procura se posicionar como a conciliatória neutra que não alinha com nenhum dos dois polos.
Por definição, “guerra fria” diz respeito ao período de tensão geopolítica entre os EUA e a União Soviética e os seus respectivos aliados, o Bloco Ocidental e o Bloco Oriental, que começou em 1947 após o fim da Segunda Guerra Mundial e durou até 1991, ano em que se desmembrou a União Soviética dois anos após a queda do muro de Berlim, os maiores símbolos da dita guerra. O termo “guerra fria” é usado para justificar o facto de não ter havido confronto directo entre as duas superpotências. No entanto, cada uma delas esteve envolvida ou apoiou lados opostos em diversos conflitos que ocorreram em territórios alheios, o que ficou conhecido como “guerras por procuração”. Era um conflito ideológico e geopolítico em que os seus contendores, EUA e União Soviética, procuravam exercer influência sobre o resto do mundo, cada uma “vendendo” a ideia de que a sua ideologia era melhor do que a da adversária. Leia mais…