«Durante quarenta anos, estive desgostado com essa geração e disse: é povo de coração transviado, não conhece os meus caminhos. Por isso, jurei na minha ira: não entrarão no meu descanso.» Salmos 95:1011
Sendo Abril o mês consagrado à Mulher Moçambicana, onde todo o homem sem excepção da sua condição racial ou social, inteligente ou ignorante, rico ou pobre, gordo ou magro, baixinho ou alto, enfim, não importa, mas é na Organização da Mulher Moçambicana onde a maioria do homem Moçambicano e não só, todos nós, encontramos acomodadas, as nossas avós, as nossas mães, as nossas madrastas, as nossas mulheres, as nossas filhas, as nossas madrinhas, as nossas colegas, as nossas chefes, as nossas inimigas e porquê não as nossas amantes também, aquelas mesmos que nos tiram do sério, enfim… por isso, começo por dobrar a minha espinha dorsal, em máxima vénia a essa grande heroína que é a Mulher Moçambicana que, noite e dia desdobra-se, em ginásticas algumas perigosas por muitas vezes pôr em risco a sua própria vida e até a sua saúde, carregando na cabeça bacias de Maguba, deTi Mbatsana, (amejôaaaaa!), Xi Djumba de Makofu, feixe de lenha e criança nas costas, empoleirada nos «my loves», enfim, essa mulher que arrisca tudo para conseguir algo com que criar aquela ninhada de crianças abandonadas por homens irresponsáveis alguns energúmenos que além de violá-la, violam também as suas próprias filhas, enfim, é a essa Mulher que me curvo, porque ela sacrifica-se por garantir o crescimento de homens e mulheres de amanhã, um amanhã que começa hoje. Bem-haja pois o Dia Sete de Abril e bem-haja a Mulher Moçambicana no geral! Força, porque estamos juntos! Agora, antes mesmo de falarmos sobre a questão em destaque, gostaríamos de chamar a atenção aos Órgãos de Comunicação Social em geral, para o uso muitas vezes indevido e abusivo de certos termos. Concretamente da palavra REFORMA. Semana passada muitos Jornais só falavam da REFORMA de Dom Diniz Sengulane, Bispo dos Libombos. Podendo empregarse o termo para as pessoas sim, mas geralmente aplica-se em linguagem militar, acto que consiste numa operação de tirar definitivamente alguém da efectividade do serviço militar por incapacidade física. Mas, grosso modo, Reforma, segundo aquilo que aprendemos da Língua Portuguesa, aplica-se a instituições ou organizações, com o intuito de melhoramento, ou modificação da organização existente, por exemplo, Reforma do Sector Publico, Reforma do Ensino, Reforma do Calendário Escolar, Reformas num Ministério; Reforma do Vestuário, Substituição de Objectos fora do uso, etc. Tratando-se de certas personalidades, doutas, como Bispos, Juízes, etc., usa-se uma linguagem «POLITE», cortês e diz-se o Emérito, o Jubilado e em última análise o Aposentado. De igual modo, para os Trabalhadores e ou Funcionários e Agentes do Estado, também aplica-se a palavra Aposentado. Não Reformado. Não fica bem! Tendo dito isto, podemos falar da aposentação do grande Evangelista, Pastor e Doutor e sobretudo do Moçambicano Diniz Salomão Sengulane, que ao longo de Quatro Décadas, (40 anos), sustentou a grande reputação de Líder de Topo, por se revelar um homem vertical, irrepreensível e sobretudo honesto, sendo esta virtude, (honestidade), a mais importante característica nos Líderes, por merecer a confiança do Povo. A sua despedida para a aposentadoria, não podia não deixar-nos preocupados. Existe um Provérbio ou Expressão Idiomática, (como queira se chamar), em Língua Txi Txopi, (da qual Dom Diniz Sengulane é mui digno bem falante), que reza o seguinte: «Txi Nyana txa ku yemba kwadi kha txi vatelwi di pale».
Numa tradução livre isto equivale a dizer que: (é proibido engaiolar um Pássaro que canta bem). Assim, sendo Dom Diniz Sengulane um Líder carismático que inspirapelos valores que transmite e não apenas pela hierarquia no seu Ministério, portanto um Moçambicano comprometido com o Povo, podemos concordar com ele sim merece descanso! Porém, é apenas uma parte da sua missão que foi cumprida.Porque, um Líder inspirador, um Líderque termina o seu mandato com altos índices de
popularidade, portanto um líder sábio, diz-se na Língua Tsonga: Wutlharhi Va Fa Nabyo.A sabedoria morre-se com ela, «a Sabedorianão se aposenta».O Povo chorará a sua ausência enquanto o Processo da pacificação do Pais não estiver concluido. Portanto, enquanto não fazer com que todos os Moçambicanos consigam atingir aquela PAZ MENTAL de que Sua Graça sempre apregoou, uma paz mental que foi e sempre será um dos anseios primordiais do homem Moçambicano, então, a Aposentadoria de Sua Graça será incompleta e por isso sempre beliscada! Como Sua Graça estará recordado, infelizmente no nosso Pais há poucos amantes da paz. Abundam mais os obsessivos da guerra. Precisamos de fontes inspiradoras para a paz, como Sua Graça. Precisamos de homens corajosos e persistentes. Bom descanso Reverendíssimo, mas não nos abandone por favor. Pedimos-lhe para que continue comprometido com a busca da PAZ, porque a PAZ é que é a única cidadania que cobre a todos nós. Como uma vez disse um Filósofo Prussiano sobre a Paz. «A cidadania mundial tem como primeira característica, a "hospitalidade geral". Todos os humanos que estão sobre o planeta Terra e todos, sem excepção, têm o direito de estar nela e visitar os seus lugares e os povos que a habitam. A Terra pertence comunitariamente a todos».(Immanuel Kant 1804). Moçambique ainda precisa da sua Bênção! Amem!