O petróleo no candeeiro descia, como elevador, e a torcida, de cor branca, com uma listra azul ao meio, minguava. A rajada de vento que entrava pelas ranhuras da parede de caniço insistia em abanar aquela língua de fogo que, pestanejante, teimava em iluminar o quarto. Valia-lhe as bolas de papelão que colocara nas fendas mais grossas, que pareciam ter sido abertas por uma picareta.
O vidro do candeeiro (chaminé) estava, outra vez, sujo. Havia algo naquele petróleo, meio litro, que comprara na casa da “Nwamunhinge”, pois deixava o vidro terrivelmente enegrecido. Preocupava-lhe.
Saiu da esteira de mansinho. Sentiu dores nas costelas direitas. Deduziu que seriam a quarta, quinta e sexta. A textura da esteira e o chão desnivelado e rugoso de cimento em que dormira eram, seguramente, responsáveis pelas suas dores. A corda de sisal usada na esteira foi a que mais lhe comeu a pele. Leia mais…
TEXTO DEANDRÉ MATOLA