Por Carol Banze
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“Oh Yeah, put your head against my life; What do you hear? A million words just trying to make the love song of the year”/Coloque a sua cabeça contra a minha vida; O que você ouve? Um milhão de palavras apenas tentando fazer a canção de amor do ano”. Pelas ondas do rádio, chegavam-me envolventes versos através das vozes de Gary Barlow, Howard Donald, Robie William, Mark Owen e companhia, integrantes do Take That, banda inglesa formada na década de 1990.
Os seus vocais interpunham-se ao vibrante som do saxofone e activavam áreas adormecidas do meu cérebro, libertando o hormônio do prazer.
Quando menos esperava, avistei uma mão erguida ao alto por uma autoridade policial. Seguia no momento por uma avenida pouco movimentada da cidade de Maputo. Fitei o olhar no ilustre PT (Polícia de Trânsito) ao mesmo tempo que encostava o meu “calhambeque” no reduzido espaço que me sobrava. Em alguns segundos, posicionou-se à minha porta e, num acto subsequente, quis se certificar da minha habilitação e condição do veículo. Com todos os documentos em mão, prendeu-os com dois dedos da mão esquerda, enquanto efectuava a ronda observando o veículo detalhadamente. A partir daquele instante, mais um episódio passível de registo iniciava e engrossava a minha relação de altos e baixos com os homens da farda.
A verdade é que, em vários casos, ter um final feliz não depende do meu desejo de cultivar um clima saudável; o epílogo fica ao critério de quem tem a faca e o queijo na mão. Mas a minha consciência obrigava-me a pautar pela tranquilidade, afinal farrapo nenhum havia que rasgaria a minha condição em relação à lei. Leia mais…