POR INÁCIO CÉSAR
Hoje, 30 de Julho, celebramos o Dia Mundial Contra o Tráfico de Pessoas, uma data de reflexão e mobilização em torno de uma realidade sombria que assola o nosso país e o mundo. Nos últimos anos, Moçambique tem sido palco de um crime atroz: traficantes têm explorado impiedosamente vítimas nacionais e estrangeiras, submetendo-as a trabalhos forçados, servidão doméstica e tráfico sexual. Esta triste realidade clama por acções decisivas e unidas de todos nós.
O tráfico humano manifesta-se de diversas formas no nosso país. Desde o trabalho infantil forçado nas zonas rurais, muitas vezes com a cumplicidade de membros da família, até a atracção de migrantes voluntários, especialmente mulheres e raparigas de áreas rurais e países vizinhos, com promessas ilusórias de emprego ou educação. Após serem enganadas, essas vítimas enfrentam uma terrível realidade de exploração e sofrimento, onde a sua dignidade é violada.
Moçambique é usado como corredor para esse crime hediondo, com vítimas transportadas dentro do país e para além das fronteiras nacionais, muitas vezes subornando funcionários (oficiais e agentes de migração e da polícia da fronteira) para facilitar o tráfico. As condições devastadoras causadas por desastres naturais e instabilidade política criam um terreno fértil para que traficantes explorem os mais vulneráveis, incluindo crianças e deslocados internos. Leia mais…