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Brutalização deliberada das gentes de Méti(3)

Por admin

Injectadas as anestesias referidas na edição anterior, por via dos “ amigos dos camponeses” e do Padre de Lalaua, o posto administrativo de Méti transformou-se num lugar onde se quer experimentar tudo o que antes era daninho, com a excepção de muita produção, que ameaça os produtores, na mesma safra em que foram colhidos de surpresa com a abrupta baixa de preços de milho, feijões e todo o tipo de oleaginosas.

A India não está a cumprir com a sua promessa de comprar, por exemplo, todo feijão “bóer”, depois de colocar na boca do nosso presidente da República de que o faria e, este foi ao “patrão” apelar para que houvesse maior produção. Era um parêntesis…

Voltemos ao nosso tema: os residentes das várias aldeias, incluindo da sede do posto, “organizaram-se” para irem viver para muito longe das facilidades sociais oferecidas pelo governo e pela dinâmica de desenvolvimento; quem vivia na aldeia de Neoce encontrou lugares mais encostados ao rio Lúrio, juntinho a Nipepe; quem vivia na sede do posto encontrou lugar em Muesseleque, Rupé, Mirerre e à beira dos rios Múri e Neoce.

Foram aonde não podem ser controlados pela autoridade instituída e, lá, foram fazendo as diferentes ramificações das suas famílias e linhagens. É lá, onde muito à vontade autorizam o corte indiscriminado da madeira em troca de ninharias que os operadores dão aos novos líderes comunitários e tradicionais e de forma triste são seduzidos a vender os seus produtos a preços lamentáveis.

Pedro Nacuo

nacuo49nacuo@gmail.com

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