TEXTO DE ANDRÉ MATOLA
ANDRE.MATOLA@SNOTICIAS.CO.MZ
Almeida entrou. Os olhos demoraram segundos a habituar-se à escuridão. A réstia de luz que penetrava por debaixo da porta era como um triângulo escaleno agigantando-se com aparência de monstro .
Descalçara os sapatos à entrada. Agora, com passos miúdos, pisava a areia amorfa, tirada na praia, com infinito cuidado, e talvez medo, enquanto caminhava em direcção ao vulto cujas costas estavam separadas da parede de matope por menos de sessenta centímetros de vácuo.
Divisou uma sombra sentada numa esteira com as pernas esticadas e a coluna ligeiramente inclinada, também para frente. A mão direita segurava o pé direito, na zona do tornozelo, e a mão esquerda o membro inferior do mesmo lado, mas um pouco acima do tornozelo, como se estivesse em exercícios de alongamentos. Leia mais…