“Amai-vos cordialmente uns aos outros, com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros” – Romanos 12:10
As cheias, inundações e ciclones não são fenómenos raros para nós, moçambicanos. Lembro-me ainda como se fosse hoje, quando na década sessenta, os bairros Indígena e da Mafalala, na então cidade de Lourenço Marques (hoje Maputo), ficaram imersos, ao ponto de até hoje haver uma rua com o nome “Xitala Mati” (lugar cheio de água), o saudoso Maestro Chemane, cujos restos mortais jazem merecidamente na Cripta dos heróis nacionais, inspirara-se naquela tragédia e cantou: “A Mati mahi kombe mi khuwo, hlalelani!” (a chuva mostrou-nos desgraça, contemple!). Portanto, foram tidos em conta como fruto da ira da natureza, pois embora a sua interpretação varie de denominação conforme a região e a intensidade devastadora, sendo conhecidos como “Txidzedze, TxiPupwane, Xingwalangwanza, Bubutsa, Niphevu, Idarri ou simplesmente Moya wa N'tamo”, mas tudo isso para designar vento forte, acompanhado de chuvas fortes e raios. Cientificamente, por definição,ciclone tropical é um termo geral para fenómenos meteorológicos. Dependendo da sua localização geográfica e da sua intensidade, os ciclones tropicais podem ganhar várias outras denominações, tais como furacão, tufão, tempestade tropical, tempestade ciclónica, depressão tropical ou simplesmente ciclone. Se resultante de uma descarga electrostáticana atmosfera, nesses fenómenos também podem ocorrer relâmpagos e trovões.Só que no caso dos raios, a mente fértil do povo acredita que costumam ser fabricados por “feiticeiros” podendo ocorrer mesmo em pleno dia do sol-claro, destinados a causar algum dano a alguém. Mesmo no “Primeiro Mundo”, existem os chamados “videntes ou profetas”, que são especialistas em Arqueologia Psíquica de renome mundial, cujos nomes constam num livro dessa especialidade com o título “O Livro das Profecias”, no qual se destacam, entre muitos: Jeane Dixon, que previu os assassinatos de Mahatma Ghandi e John F. Kennedy; Henrich Heine, que previu a eleição e resignação do Papa Bento XVI; Gordon Scallion, que profetizou uma alteração climática que afectaria o Planeta Terra, assim como uma série de cataclismos geográficos. Mas nenhum deles conseguiu travar ou prescrever uma receita ou antídoto para travar a materialização do que eles previram. Foi, pois, com surpreendente satisfação que reparei que após a passagem do ciclone IDAI, com a notável devastação deixada como rasto daquele fenómeno natural, a consciência nacionalista dos moçambicanos despertou!