No dia 30 de Outubro passado abeirei-me dum colega para lhe colocar uma questão que me inquietava: o meu dedo indicador direito apresentava marcas de ter sofrido um embate doloroso, mais parecido com aqueles que acontecem numa porta entreaberta quando queremos fechar, esquecendo-o atras.
Não me lembrava de me ter descuidado a ponto de sofrer tal embate, sem que ninguém ouvisse do meu justificado grito de dor. Preocupei-me sobremaneira. Veio-me à memória a forma como comecei a sentir dores duma enfermidade que vim a saber que se chamava GOTA (excesso de ácido úrico no corpo). Aconteceu-me no dia 13 de Julho de 2003, quando acordei com uma dor invulgar no polegar direito do meu pé direito.
Foi na Rua de São Bento (momentaneamente conhecida por Rua Amália Rodrigues, simplesmente para localizar a casa da fadista, depois da sua morte), em Lisboa. Trata-se duma rua de certo modo apertada, que sai do Largo do Rato, ali onde se localiza a sede nacional do Partido Socialista Português.
Estava hospedado na Pensão Madeira, dum cidadão moçambicano natural de Montepuez, donde invariavelmente saia às 23 horas para a discoteca ALONTRA e só regressava às 6 da madrugada, ali, perto da Assembleia Portuguesa, quase defronte da Fundação Mário Soares.
Estes movimentos eram tão disciplinados que não me ocorria o momento em que eventualmente tivesse entalado o meu dedo. No dia seguinte fiz todos os exercícios mentais que me fizessem lembrar o acontecimento. Nada! E o dedo cada vez mais doía (uma dor que não convido a ninguém experimentar).