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À procura duma esquina em Maputo

Por Idnórcio Muchanga

No dia 28 de Janeiro de 1981, chegava pela primeira vez à cidade de Maputo. Era a altura em que tudo era feito na capital do país: viajar para fora do país; mesmo que fosse residente de Pemba, Lichinga ou Nampula, viajar oficial ou legalmente para a Tanzânia, por exemplo, devia ser a partir de Maputo. Nem dá para pensar para outras paragens mais longínquas.

Para fazer o ensino secundário completo, era preciso ir a Maputo, tal como era inevitável para ir ao Serviço Militar Obrigatório (SMO), ainda que depois da instrução o cidadão, sendo das províncias a Norte do Save, tivesse de ser colocado na sua terra de origem. Era Maputo que tinha a competência de o formar como defensor da sua pátria.

Os criminosos (nem sempre grandes) deviam ser encarcerados em Maputo, porque era a capital do país que tinha condições de os controlar. Em casos em que o crime fosse ligado à droga pesada, o produto também viajava para a capital do país, onde se dizia haver condições de incinerá-la nos fornos da CIFEL, única indústria do ramo siderúrgico capaz de destruir o peso da droga.

Na viagem de 28 de Janeiro de 1981, eu não vinha para as circunstâncias atrás descritas, mas para ser formado professor secundário (também para isso era preciso vir a Maputo).

Texto de Pedro Nacuo

pedro.nacuo@snoticias.co.mz

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