Os factos nos convencem a cada dia da existência de uma complexa e planificada estratégia para combater Guebuza. A estratégia é parte de uma deliberada e ardilosa forma de agir para o enfraquecer em todos os sentidos e tem como fins os seguintes objectivos:
a) Impedir a sociedade e todo o povo moçambicano de verem o óbvio (os passos largos rumo ao desenvolvimento que o país dá e realiza no seu quotidiano);
b)Assaltar o poder na Frelimo mercê do trabalho deste, sob direcção de Guebuza, e do esforço de todo o povo moçambicano.
Uma estratégia torpe, baixa, insidiosa que alicerça na política de Terra Queimada (ensaiada pelo colonialismo português e que vergonhosamente é legado para alguns) de uma verdadeira razia e execução sumária da personalidade e do bom nome. Uma estratégia, que não conhece impedimento e limitações porque até dirigida ao núcleo familiar e pior, encabeçado em algumas ocasiões por camaradas de trincheiras.
A distorção propositada de todos “grandes negócios” como sendo negócios da filha/família do Chefe do Estado é parte desta estratégia minunciosamente concertada com vista a desacreditar pela via da desinformação o Camarada Armando Emílio Guebuza, Presidente do Partido Frelimo e Chefe do Estado perante a opinião pública, cimentando a ideia, além de falsa, mesquinha, corrupta e já generalizada de que ele “come sozinho” passam, esses camaradas a imagem de que a Frelimo, partido de massas, hoje se preocupa com “biscatos e esquemas” que é depois transformada em factos de análise por académicos e intelectuais desejosos de afirmação a qualquer custo, abrindo novas frentes, supostamente legítimas de uma campanha insidiosa, mesquinha e ambiciosa.
Um dos exemplos mais tristes do uso desmedido de meios torpes para se atingirem fins igualmente torpes foi a estranha mediatização do plano de reordenamento do Bairro Militar, sendo que, propositadamente, espalhou-se na habitual imaginação fértil que caracteriza as redacções de alguns jornais, televisões e redes sociais a ideia de que a filha do Presidente estava por detrás do negócio em prejuízo dos gloriosos combatentes pela independência. Convenhamos! Só quem não conhece a Frelimo, seus ideiais e objectivos é que assim pode pensar.
Agiram assim na verdade para mais uma vez desinformar e com um único objectivo: travar o desenvolvimento e desacreditar o Chefe do Estado perante a opinião pública e ainda, tentar dividir para reinar no seio do Partido (ideia da “Guerra das Alas” que os académicos procuram vender a todo custo), pois, da forma como foi lançada a (des) informação, alguns camaradas dos Antigos Combatentes compraram-na como certa mesmo quando a realidade mostrou o contrário, em clara desobediência à tradição das FPLM e do seu partido de questionar dentro dos canais apropriados, sucumbindo ao boato uma das principais armas do Inimigo.
A desinformação foi tal que chegou a retirar dos envolvidos a capacidade de ver com clareza alguns aspectos: refiro-me por exemplo ao facto de as casas que hoje compõem o bairro Militar não pertencerem a nenhuma das pessoas que hoje fincam o pé e dizem: “não vamos sair daqui!”. Na verdade aquelas casas pertencem ao Estado, especificamente ao Ministério da Defesa, e se quisermos ir mais a fundo aos militares no activo afectos ao Quartéis nele inseridos, e em relação a estes recai-lhes o direito de usufruto.
Trata-se, portanto, de bem alheio e que não pertence a quem o reclama, aliás, quem vive lá hoje, tinha a prerrogativa de ter uma casa própria como justa compensação ao ser movimentado daquela zona para a outra a definir o que significa por outras palavras que os residentes do Bairro Militar estão a travar um projecto que lhes iria conferir um direito de propriedade que hoje não possuem, tinham a possibilidade de ganhar uma casa nova, que podiam legar aos seus, facto que não se pode observar hoje. Aqui umas questões teimam em aparecer: os antigos combatentes procuraram entender o projecto na sua essência sem os pressupostos referidos (negócio da Filha do Chefe)? Procuraram apresentar em sede negocial as suas preocupações (as mesmas que apresentaram aos canais de televisão desejosos de conflito adensando a intriga já semeada)? Procuraram em sede familiar, restrita, discutir os prós e contras da situação que ora se apresentava? Foram em algum momento apelidados de loucos, dementes ou sujeitos a testes psicológicos como sugeriu o camarada Coronel Madhebe que se fizesse aos dirigentes do Estado e do Governo (levando para o insulto pessoal a questão em análise)? Resolverão os antigos combatentes (que não são todos que se opõem ao projecto) os seus problemas em sede de imprensa?
Os tempos são outros, é inegável e só não admite quem receia ou teme o desenvolvimento. Estrategicamente houve uma decisão de retirar os quartéis e suas infra-estruturas do centro das cidades para outros locais (o paiol de Malhazine, por exemplo, foi transformado em parque ecológico municipal dada a pericolosidade da sua actual localização). Os verdadeiros combatentes sabem e conhecem as vantagens estratégicas da deslocação de objectivos militares para zonas não habitadas. Assim, entende-se que há razões de fundo que ditaram esta orientação, ligada à natureza das infra-estruturas e longe do boato insidioso de que a “filha do chefe” estava a tirar os antigos combatentes da zona militar para construir condomínios de luxo.
Parte desta estratégia consiste em algumas figuras da FRELIMO, bem identificadas que de tempos em tempos “mandam os seus insofismáveis recados”, como o que defende que não se pode dar mérito e glória apenas ao Presidente quando a obra e a história sempre ensinou pertencer ao grupo. Ninguém pode contestar similar posicionamento, porém, essas mesmas iluminadas doutas pessoas e irrepreensíveis camaradas, se esquecem de vir a público defender o Presidente da República (como veementemente e pretorianamente o fizeram nos seus consulados[1]) quando aquele é literalmente “enxovalhado” em praça pública (até em matérias que não são da sua competência) quando a história também ensina que os aspectos negativos da governação pertencem a toda a equipe e não ao Presidente como virou deliberadamente moda hoje. Quem acha que o Presidente recebe todos os louros, devia usar o mesmo ímpeto para condenar os que o diabolizam responsabilizando-o por tudo que vai mal, até quando são assuntos de índole meramente pessoal.
Pedir que o Presidente carregue todos os males e não possa dizer nada em relação aos ganhos é o mesmo que estar a demonstrar em praça pública qual dos lados preferimos e incentivamos, é o mesmo que tomar a posição e mostrar que a causa de sabotar a sua imagem pertence-nos. É este o espírito de camaradagem da Frelimo? Entende-se então a estranha morte do Presidente Samora desacompanhado dos seus mais directos e diários colaboradores? Vai-se repetir este fenómeno abandonar o presidente quando se acha que está fraco?
São os mesmos que ante adversidades, como no recente caso da greve dos médicos, no lugar de tomarem uma posição mais conciliadora e de acordo com a sua posição histórica e até de algum compromisso e responsabilidade com o passado, agiram no sentido de atear o fogo, porque, agora, ver o circo em chamas é a única coisa que lhes interessa, incoerentes com a sua natureza política, ideológica e pessoal de ver traição em tudo que seja contra o Estado e a Frelimo. Como classificam estes camaradas aqueles que deixaram homens, mulheres e crianças moçambicanas morrerem sem os atender por causa de um aumento salarial de 100%? Patriotas, Nacionalistas, Profissionais? Já agora de que causa?
São os mesmos que vendem a imagem em alguma imprensa e círculos académicos internacionais e na socieade de que constituem a “reserva moral” da FRELIMO descurando que não há “reserva moral” na FRELIMO, a FRELIMO é uma família alargada, discute os seus problemas de forma aberta, clara, corajosa e directa, (não se fazem corredores na FRELIMO, ela não se discute no café, discute-se na célula, nos círculos, com os camaradas sentados lado a lado, doutor, camponês, analfabeto, médico, homem, mulher, criança, velho a FRELIMO é uma família unida. Reserva moral de si própria, senhora da sua história, focada nos seus objectivos e nos seus sonhos, senhora da utopia colectiva a utopia de um povo e de uma nação).
Dentro da FRELIMO ninguém se pode outorgar o primeiro entre os iguais, privatizá-la, anexá-la aos seus objectivos pessoais e ao seu percurso. Quem assim pensa, são os que deliberada e reiteradamente em alguns momentos da história se afastam e ficam sentados no muro, criando a ideia de que a actual FRELIMO não é aquela que fundaram, com a qual lutaram e só àquela retornarão. Não se apercebem, as doutas mentes, que a História não caminha para trás e que os tempos mudam e as verdades também, não se apercebem que a sua visão dogmática e mesquinha da história é que os afasta das dinâmicas e desafios actuais que não entendem; ou pior se recusam a fazer parte de um processo onde não detenham qualquer forma de poder (sentem-se bem quando bajulados e tratados como “Camarada Excelência” e a simplicidade ou o anonimato os assusta). Tais camaradas hoje só não participam porque continuam presos no tempo como no caso já bem conhecido de um veterano que imprime textos do III Congresso da FRELIMO e distribui a algumas pessoas, camarada, a FRELIMO está no seu X Congresso, não confunda a FRELIMO com outros partidos de 30 e tal anos de idade e apenas um congresso e um líder absoluto.
A atitude de se isolar da organização porque não concorda com alguns posicionamentos é típico de quem quando perde a posição acha que tudo o resto não vale só porque ele já lá não está, é uma estratégia que na verdade denuncia a megalomania que toma alguns dirigentes que acham que deveriam ser eternos nos órgãos, “Le parti ces’t moi!”[2] há quem hoje pensa assim camaradas.
Em tempos, quando alguns camaradas tiveram que sair, num normal e estatutário exercício de renovação, do Comité Central ensaiaram uma fuga para a frente, propondo a criação de alguns “lugares permantes” para os históricos, numa clara alusão a eles mesmos, na verdade uma forma de se eternizarem no poder e legitimar a sua posição de que só eles podem pensar a organização e ninguém mais. A FRELIMO camaradas é do povo e o povo é a FRELIMO.
Camaradas, a fronteira entre o pensar destas pessoas e o pensamento que norteia a Oposição é mínima, muito ténue mesmo, aliás, é sabido que muitas vezes são eles quem alimentam a Oposição, os jornais ditos independentes. São as nossas “Gargantas Fundas” revelando atitudes baixas reflexos da sua ambição política, vendem informação à Oposição, a alguns jornais criando escândalos que acrediatm que enfraquecerão as estruturas do Estado e consequemtemente a FRELIMO e correm para esta a denunciar “actos vergonhosos” do partido e do Estado. É sabido que são eles, perseguindo objectivos pessoais, inventam crises, expectativas e falsos debates no seio do Povo, sabemos que são eles que ficam a torcer para que tudo dê errado só para confirmarem quer a ambiciosa tese de que não deveriam ter saído (mesmo quando muitos deles mostraram ser maus aplicadores e gestores da coisa que ao longo da história lhes foi confiada), como a de que a FRELIMO actual não é a “original”.
Camaradas, esqueçam a ambição cega e desmedida, o vosso nível de vida, está muito acima da média de muitos dos vossos camaradas de armas e de todo o povo moçambicano. Metam a mão à consciência, invistam os vossos rendimentos na criação de empregos e de riqueza, ajudem a combater a pobreza e deixem de perseguir o poder a qualquer custo, mesmo a custo da suja traição. A FRELIMO sempre ultrapassou as suas crises e soube adaptar-se aos momentos que vivia com sucesso.
Abaixo a manipulação e desinformação, abaixo o egoísmo, a ambicção e a megalomania! Estamos, doravante, vigilantes de olhos bem abertos para denunciar cada movimentação, cada acção inimiga! Sabemos como age o inimigo no seio do povo!
[1]Por exemplo, para avivar memórias, quem “falasse mal” entendimento de que criticasse actos ou posicionamentos do Presidente Samora, incluindo seus camaradas de trincheira eram presos pelo SNASP.
[2]O partido é meu! ou como dizia o nosso inimigo o Xiconhoca: “Eu sou a FRELIMO, conheço a linha política da FRELIMO por dentro e por fora!!!”
António Almeida