O Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNISDR), localizado na cidade suíça de Genebra, está aberto a prestar a ajuda de que Moçambique precisa para a reconstrução pós-ciclones Idai e Khenneth que fustigaram recentemente as regiões Centro e Norte do país.
A garantia foi dada na manhã de hoje pela representante especial do Secretário-Geral das Nações Unidas para a Redução de Risco de Desastres, Mami Mizutori, durante o encontro de trabalho que manteve com a delegação moçambicana na sede da UNISDR em Genebra.
No encontro, o chefe da delegação moçambicana, Albano Macie, vice-ministro da Administração Estatal e Função Pública, apresentou formalmente o agradecimento do Estado moçambicano à comunidade internacional pelo esforço de resposta empreendido imediatamente a seguir à passagem dos ciclones.
De seguida, apresentou o panorama geral dos efeitos das duas calamidades e destacou as prioridades definidas pelo Governo para dar andamento ao programa de reconstrução que deverá incluir o reassentamento de várias famílias em locais que estão a ser tomados como seguros.
Por sua vez, Mami Mizutori disse que o UNISDR está aberto a dar o suporte que for necessário e confirmou a participação desta entidade na Conferência de Doadores que terá lugar no dia 1 de Junho na cidade da Beira, província de Sofala.
Todavia, recomendou que o Governo siga a metodologia de colecta de dados relativos às perdas sociais e económicas que é usada por organismos internacionais, com particular destaque para o Banco Mundial para que se possa estimar as verdadeiras necessidades e apoios afins.
Disse ainda que, no processo de reconstrução, as autoridades moçambicanas devem dar o seu melhor para que ninguém seja deixado para trás e assegurem que haja igualdade de tratamento das vítimas.
Também sugeriu que se adopte a experiência do Japão para a construção de infra-estruturas escolares resilientes e que tenham ginásios capazes de acolher a população em casos de emergência com a observância de questões de género e de cuidados para com pessoas portadoras de deficiência.
Em jeito de resposta, Albano Macie disse que já existe um alinhamento com o Banco Mundial “tanto é que o Gabinete de Reconstrução Pós-ciclone Idai tem já estabelecido um Departamento de Cooperação que está a trabalhar com as organizações Bretton Woods e não só”.
Sublinhou que o Governo já tem as prioridades de reconstrução definidas as quais incluem reconstrução e o reassentamento que devem decorrer em simultâneo com a criação de diversas infra-estruturas sociais como escolas, unidade sanitárias, fontes de água, acesso à energia eléctrica e ainda a assistência ao sector produtivo.
Assegurou que até à data da realização da Conferência de Doadores o Governo estará em condições de apresentar relatórios definitivo com os números totais e oficiais sobre as vítimas dos ciclones Idai e Khenneth para que, a partir daí, os participantes possam indicar como vão apoiar, quando e onde.
Texto de Jorge Rungo em Genebra
