A cidade de Tete é conhecida por ser muito quente. E é verdade. As temperaturas ali são sempre altas para quem por lá aporta. Mas Tete não é só calor e cabritos. Também tem zonas bem frescas. Quase frias. Angónia, distrito mais a norte, é exemplo das travessuras que a natureza prega!
O distrito está dividido em dois postos administrativos – Domué e Ulongue – e integra as localidades de Binga, Catondo, Caphesse, Chifumbe, Domué, Khombe, Liranga, Mpandula, Ndaula, N´khame, Sese, Ulongué, Chimwala, Dzuanga, Kalomwe, Man´gane, Mawonekera e Namigoha. Em 2008 a vila de Ulongué foi elevada à categoria de município.
Com uma superfície total de 3.277 km2, Angónia tem nos montes Dómuè (2095 metros), Macunga (1797 metros) e Chirobwe (2021 metros) como os seus pontos mais altos. Tem pelo menos 277 fontes de água para as mais de 380.134 pessoas que habitam o distrito.
Na vila sede é possível divisar pequenas oficinas de carpintaria e artesanato. Embora a fauna bravia não tenha uma grande expressão, a caça a animais de pequeno porte, como coelhos e gazelas, é notória.
Angónia tem um forte potencial agro-pecuário. Milho, feijão, hortícolas diversificadas, tabaco, gado bovino e caprino, pintam a paisagem. O Centro de Transmissão de Tecnologia Agrária, embora ainda na sua fase inicial, já está a dar o seu contributo na melhoria da produção.
Não obstante os progressos actualmente registados, o ano, segundo Adelino Andissene, não começou da melhor maneira nos 178.137 hectares lavrados por causa da queda irregularíssima das chuvas.
“As culturas ganharam, com as chuvas, outra pujança, rejuvenesceram e, com o empenho de todos os que trabalham a terra, recuperou-se parte significativa do que havia sido plantado. É verdade que este ano a produção do feijão não foi tão satisfatória como noutras campanhas mas não foi mão de todo”, disse Andissene.
Angónia produz, em condições agro – ecológicas favoráveis, duas épocas por campanha.
A abertura do ano lectivo de Angónia teve a sua cerimónia central na Escola Secundária de Lifidze e, segundo Andissene, marcou um inicio de actividades lectivas que decorreram sem grandes sobressaltos.
“Temos em mente expandir a rede escolar para outros pontos do distrito para reduzir ainda mais a distancia que separa o aluno da escola e, por via disso contribuir para a melhoria do rendimento escolar”, celebra Andissene.
Angónia tem em funcionamento, para além de várias escolas primárias completas, uma unidade da Universidade do Zambeze, Universidade Eclesiástica, um instituto de formação de professores e a Escola Secundária de Ulongue.
O distrito tem unidades sanitárias espelhadas um pouco por todas as localidades, incluindo um Hospital Rural; as doenças mais frequentes são a malária, diarreias, HIV-Sida.
Concorrem, entre outros aspectos, para a ocorrência, sobretudo de doenças diarreicas, o deficiente ordenamento territorial, a falta de água canalizada e, acima de tudo, o facto de haver pessoas que resistem a usar latrinas melhoradas.
“A densidade populacional é grande e temos estado a construir mais unidades sanitárias para reduzir cada vez mais a distância entre o utente e o hospital. Não é por acaso que já temos localidades com 2 centros de saúde, como sucede em Mawonekera, por exemplo. Também registamos, ao nível do nosso distrito, doentes malawianos que procuram o nosso atendimento médico”, diz Andissene.
As vias de aceso são a outra componente que o Administrador Andissene coloca na linha de prioridades para o desenvolvimento do território, dizendo que “felizmente o Governo Central alocou equipamento para a assistência regular das vias. Estamos praticamente na fronteira com o Malawi e naturalmente que somos um corredor de tal sorte que temos mesmo que ter as estradas em condições”.