O Presidente da República, Armando Guebuza, considera inconcebível pretender-se que cidadãos filiados ao partido Frelimo não façam parte da chamada Sociedade Civil.
A uma pergunta de um jornalista, no Posto Administrativo de Rapale, província de Nampula, sobre se é possível os órgãos eleitorais serem credíveis quando na sua composição integram membros da sociedade civil que estão assumidamente filiados à Frelimo e/ou que tenham desempenhado cargos de direcção no aparelho do Estado, o PR respondeu peremptoriamente que “do jeito como as coisas são colocadas às vezes dá a impressão de que quem é membro da Frelimo não pode ser membro da Sociedade Civil.”
É como se estivesse vetado aos elementos da Frelimo serem membros da Sociedade Civil. Eu penso que isso é retirar direitos aos cidadãos. Os membros da Sociedade civil podem ser membros de qualquer partido e vice-versa, disse o Presidente Guebuza, acrescentando que pessoalmente acha que “há membros da sociedade civil que são da Renamo, por exemplo, e, quem sabe, aqueles que estão a protestar até podem ser da Renamo também.”
Num outro momento, Guebuza disse que não vê motivos plausíveis que levam alguns a concluírem, por exemplo, que um indivíduo porque “foi administrador (distrital) ou detentor (no passado) de um outro cargo público perde direitos políticos, incluindo o de ser membro da sociedade civil.
Isso seria uma discriminação inaceitável. Um verdadeiro perigo para a nossa democracia. Espero que os nossos jornalistas trabalhem com imparcialidade em questões desta natureza, disse o PR.