TEXTO DE ALFREDO ARMANDO
Para chefiar não basta ter vontade. Tem de ter punho, e dos bons. Atália Sitoe, de 48 anos de idade, natural do distrito de Chinde, na província da Zambézia, é chefe do quarteirão 34, há dois anos, onde existem quatro blocos residenciais, no bairro de Maxaquene “C”, cidade de Maputo. A seu espaço, Delfina José, 68 anos de idade, é chefe do quarteirão no 32, natural de Manjacaze, província de Gaza. Exerce a função há 5 anos e tutela quatro blocos residenciais. À semelhança de Sitoe e José, Maria Chambale, de 73 anos idade, natural de Chilembene, em Gaza, é chefe do quarteirão no 33 desde 1978. Todas elas servem administravamente famílias sob sua jurisdição.
Conforme narram, trabalhar como chefe de quarteirão não tem sido coisa doutro mundo, apesar dos inúmeros desafios decorrentes da função.
A título de exemplo, “o funcionamento das barracas” constitui uma dor de cabeça, pela falta de cumprimento do horário estabelecido. Atália Sitoe afirma que alguns comerciantes “não ‘têm’ horário para fechar. E é lá onde os nossos filhos se divertem com bebidas caseiras e acabam planeando roubos nas nossas residências. Vendem de tudo ali, desde cigarro até xivotsongua. Estamos a pedir socorro”, denuncia.
Por esta razão – diz – “aqui há muito trabalho. Não dormimos, é 24h sobre 24h. Quando recebemos telefonemas, temos de sair para resolver o problema. A criminalidade neste bairro é um problema sério. E, às vezes, pegamos indivíduos e encaminhamo-los à Polícia, mas no dia seguinte estão soltos”, desabafa Atália Sitoe. Leia mais…