O Standard Bank reforçou, no decurso da terceira edição do fórum anual "Powering Africa Mozambique", realizado, em Maputo, organizado pela EnergyNet, em parceria com o Governo, o seu compromisso em continuar a dar todo o apoio necessário para que o sector energético moçambicano cresça através do uso do capital e conhecimento do banco.
O banco mostrou-se ainda disponível para interligar as oportunidades existentes em Moçambique a fontes adicionais de capital, dado o facto de projectos de geração de energia exigirem investimentos muito elevados.
André Du Plessis, director da Banca Corporativa e de Investimentos do Standard Bank, que integrou o painel que versava sobre novos projectos de geração de energia e oportunidades de financiamento, disse à margem do fórum que o foco do Banco tem sido o sector energético para que possamos apoiar o crescimento económico de Moçambique.
“Alguns dos grandes projectos que temos dado maior atenção em Moçambique, incluem a Hidroeléctrica de Mphanda Nkuwa, as novas centrais à gás de Ressano Garcia e o Projecto do Sistema Nacional de Transporte de Energia (STE), com custo total estimado de 5.132 milhões de dólares americanos, que visa trazer a energia gerada para a rede nacional e, também, exportar para a África do Sul”, explicou André Du Plessis.
Em termos de matriz energética nacional, a expectativa do Governo moçambicano é de que, até 2030 se possa evoluir para os níveis de 55 por cento, provenientes de recursos renováveis, 25 por cento do carvão e 20 de gás natural.
Conforme referiu o ministro da Energia, Salvador Namburete, no discurso de abertura do fórum, “com uma matriz energética diversificada, é nossa perspectiva tornar Moçambique num produtor de energia de referência, nas suas várias formas, para o fornecimento com competitividade, qualidade e segurança, impulsionando o crescimento económico”.
O potencial energético diversificado, segundo Salvador Namburete, traduz-se em 18 mil megawatts de energia hídrica, dos quais 4.700 podem ser implementados imediatamente, 2.430 megawatts de energia de outras fontes renováveis, 23 biliões de toneladas de carvão, 170 tcf de gás natural de Pande, Temane e na Bacia do Rovuma.
“As vastas reservas comprovadas de carvão colocam o País dentre os maiores produtores deste recurso a nível mundial, estando actualmente em curso investimentos de grande magnitude, incluindo na construção de centrais térmicas de produção de energia eléctrica”, indicou o governante, citando como exemplos as centrais termoeléctricas de Moatize, Nkondezi e Revubwe.
Na componente do gás natural, ainda de acordo com o ministro da Energia, com a produção nos campos de Pande e Temane, os projectos de produção de energia eléctrica encontram-se em diferentes fases do seu desenvolvimento, com destaque para as centrais termoeléctricas da Aggreko, já em funcionamento, da Electricidade de Moçambique e Sasol, em fase final da sua conclusão, e outros projectos que, uma vez concluídos, permitirão atingir uma capacidade instalada de cerca de 400 megawatts neste ano.
