Com a eclosão da pandemia do novo coronavírus no país, 1317 crianças que se encontravam nos centros de acolhimento ganharam novos lares e agora podem experimentar dias melhores.
Trata-se de crianças abandonadas e ou órfãs, que, no âmbito das medidas adoptadas pelo sector de protecção social no país, com vista a garantir a segurança das crianças em situação de pobreza e vulnerabilidade, optou pelo descongestionamento dos centros de acolhimento, nomeadamente infantários, para além das restrições no acesso aos centros abertos e fechados.
O domingo visitou algumas famílias que acolheram e ou reintegraram crianças outrora abandonadas em orfanatos e infantários, para se inteirar do referido processo de reinserção.
C. Paulo tem 9 anos e é órfão de mãe. Desde Março do ano passado que está inserido numa família de acolhimento. Hoje, no novo lar, ganhou mais quatro irmãos e uma mãe. No seu quarto, conversa com o nosso jornal de forma descontraída. Diz que ali se sente feliz e por isso não pensa em voltar à casa do tio materno, família para onde havia sido integrado, aquando do projecto de descongestionamento dos centros de acolhimento. “Não tenho saudades de lá, batiam em mim e só podia passar as refeições depois de fazer todos os trabalhos que me mandassem. Caso não terminasse, não tinha direito a comer”, conta o menor. Por causa dos maus-tratos C. Paulo foi retirado da casa do tio pela Acção Social e integrado na família de acolhimento onde se encontra no momento. Leia mais…
Texto de Luísa Jorge
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