Texto de André Matola e Fotos de Carlos Uqueio
… mas, entre eles, há quem queira meter água
A Polícia de Trânsito está, uma vez mais, a ser um parceiro importante para o fluxo normal do trânsito na cidade e província de Maputo nesta quadra festiva, apesar das altas temperaturas que os castiga duramente no cumprimento da sua missão.
Na quinta-feira, por exemplo, os termómetros estiveram muito acima dos 39 graus centígrados.
Ao longo da semana finda, domingo acompanhou atentamente o trabalho dos agentes reguladores de trânsito que, diga-se em abono da verdade, estão a conseguir rolar o tráfego quando se previa que por estas alturas seria o caos.
Estima-se que nos últimos dez dias tenham entrado pela fronteira de Ressano Garcia mais de 25 mil viaturas, sobretudo de moçambicanos a residir ou a trabalhar na África do Sul.
Na cidade de Maputo, os agentes da PT posicionaram-se estrategicamente nos pontos chave como a Avenida Joaquim Chissano, 25 de Setembro, Rotunda do Missão Roque, Julius Nyerere (próximo à lixeira do Hulene), FPLM, Avenida de Angola, Avenida do Trabalho, Rua Irmãos Roby, entre outras.
No caso concreto da Avenida Julius Nyerere, de enaltecer o trabalho da PT no troço compreendido entre a lixeira do Hulene e a paragem do Hulene Expresso porque, ao criarem duas faixas de rodagem no período matinal, quando muita gente se desloca aos seus locais de trabalho, conseguiram que se desfizesse o habitual emaranhado de carros que se formava numa extensão de três a quatro quilómetros. Depois, tudo ficava mais complicado quando um ou dois carros decidiam avariar.
Outro nó de estrangulamento que a PT conseguiu desfazer é o que se formava no cruzamento entre a Joaquim Chissano e Milagre Mabote onde as primeiras horas da manhã todo o mundo tem pressa e alguns automobilistas fingem esquecer o que aprenderam na escola de condução.
NÓDOAS NEGRAS
Entretanto e apesar do bom desempenho da Polícia de Trânsito que se consubstanciou inclusive no reduzido número de acidentes de viação durante a Festa do Natal há quem entre os elementos da corporação queira meter água.
Efectivamente vimos alguns agentes dirigindo-se a alguns automobilistas de forma bastante agressiva, senão mesmo arrogante, o que contrasta em absoluto com os apelos que têm sido feitos pelos seus superiores hierárquicos no sentido de sensibilizarem e educarem os automobilistas antes de passarem a multa.
Nalguns casos, que presenciamos, ficamos com a impressão de que alguns agentes pretendiam do(s) automobilista(s) qualquer coisa mais que não conseguimos descortinar.
Também divisamos, como referimos acima, o reverso da medalha. Agentes preocupados com a sorte dos automobilistas que viram as respectivas viaturas avariarem em zonas de imenso trânsito e de tudo fazerem para que os infortunados pudessem resolver o problema mecânico sem as buzinadelas dos demais automobilistas.
… e acabamos na 1ª Esquadra
onde nos será aberto um processo
Quarta-feira de manhã estando nós a fazer está reportagem na Avenida 25 de Setembro acabamos sendo convidados a entrar para um carro da polícia da marca Hunday e fomos encaminhados a 1ª esquadra da PRM. Motivo: duas agentes da PT não gostaram que o nosso colega de imagem estivesse a registar o trabalho.
Na esquadra ficaram com os nossos dados pessoais e avisaram que será aberto um processo contra os dois jornalistas. Às duas agentes protagonistas do episódio não lhes foi feita qualquer pergunta. Só nos resta aguardar pela notificação.
Texto de André Matola
Fotos de Carlos Uqueio
