A Ilha dos Portugueses está localizada na Baia de Maputo, a escassos dois quilómetros da Ilha KaNhaka. Cheia de estórias, a Ilha é um recanto onde o turismo floresce ao ritmo das ondas do Índico!
A Estacão de Biologia Marítima da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) criou mecanismos para a protecção daquela zona insular da cidade de Maputo para que não seja invadida por pessoas provenientes de outras paragens, sobretudo da ilha KaNhaka, à busca de recursos florestais.
domingo testemunhou que a Ilha está efectivamente desabitada e as visitas só são autorizadas para fins turísticos e mediante pagamento de uma taxa que varia entre 100 e 200 meticais.
Numa das margens, com vista privilegiada para a Cidade de Maputo, foi erguido um conjunto de infra-estruturas a base de madeira, uma vez que construções em betão não são aceites naquele ponto turístico.
A infra-estrutura é compostas por restaurantes, bares, sala para “buffets”, balcões para venda de bebidas alcoólicas, refrigerantes e sorvetes, lavabos, salas “vip, espaços para entretenimento de crianças e alpendres para os turistas estenderem as suas cadeiras de descanso e deixar correr a imaginação.
Com recurso a troncos de eucalipto, foram erguidas estruturas com considerável altura (torres) que funcionam como miradouros para os turistas que queiram esquadrinhar toda a extensão do território bastando para isso recorrer a um par de binóculos.
Junto da praia, cujas águas salientam um verdadeiro azul-marinho, foram colocados sombreiros feitos de troncos onde os banhistas, querendo, podem estender uma toalha findo o seu banho de sol.
No extremo Norte dos “Bares” foram levantados com recurso a material local espaços para a venda de artesanato, bebidas e colocados recipientes para depósito de lixo.
As infra-estruturas estão a ser administradas pela MSC, uma empresa que promove, com regularidade, para a ilha viagens de cruzeiro.
De referir que a ilha é farta em variedade de espécies vegetais e funciona, também, como ancora para a sustentabilidade daquela zona insular.
De acordo com Chico Filipe, da Estacão de Biologia Marítima, chegam a desembarcar de um cruzeiro cerca de 2500 turistas provenientes de todo o mundo para desfrutar do ambiente marinho e vegetal que a mãe natureza ali plantou.
Os cruzeiros escalam a ilha duas a três vezes por semana, e é quando se regista um intenso movimento de pessoas, sendo que muitos são artesãos e comerciantes de obras de arte idos de KaNhaka com o propósito primeiro de vender os seus artigos para os turistas.
A viagem de Inhaka para Ilha dos Portugueses é um regalo para a vista e espectáculo de se seguir “jarda-a-jarda” porque do interior do barco e olhando bem para o fundo da água do mar é possível ver variedade de corais de rara beleza enquanto não muito distante da embarcação os golfinhos soltam um cem número de acrobacias e deixam ouvir o sibilar da sua respiração.
A Estacão de Biologia Marítima tem como principal papel garantir a conservação da biodiversidade da ilha. Entretanto, as mudanças climáticas que se fazem sentir poderão ter consumido parte do território, visto que existem zonas onde se registou forte erosão de solos havendo necessidade de se voltar a fazer medições para determinar as reais dimensões da Ilha dos Portugueses.
Um grupo de fiscais florestais vigia a Ilha e têm por missão assegurar que as pessoas não invadam o local à procura de recursos.
Um pouco mais sobre a Ilha
A Ilha dos Portugueses representa uma das atraccões da ilha-mãe, KaNhaka, considerada património biológico da humanidade, onde se podem admirar magníficos corais multicolores, tartarugas marinhas e uma diversidade piscícola, que inclui espécies únicas.
Dados históricos consideram que os primeiros habitantes de KaNhaka foram os “Tsongas”, um povo “Bantu” que povoava o litoral da Baia de Maputo, que terá escalado a ilha através da península de Machangulo, a Sul daquela zona insular.
O nome da ilha foi herdado do ancião, Tsonga Nhaca, que viveu no território por volta do século XVI, o qual chegou a oferecer hospitalidade ao comerciante português, Lourenço Marques, quando este e os seus companheiros enfrentaram dificuldades de navegabilidade marítima.
A partir do ano de 1550, os mercadores portugueses estabeleceram uma base na Ilha dos Portugueses, de onde saiam para a então Baia da Lagoa, a procura de marfim.
Benjamim Wilson
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