O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) lançou na manhã de hoje um apelo internacional para a angariação de 281.7 milhões de dólares que deverão ser aplicados na assistência humanitária as vítimas do ciclone Idai nas províncias de Sofala, Manica, Tete e Zambézia.
Para além deste apelo, a OCHA lançou um segundo apelo, com números que não nos foram especificados, para a assistência a cerca de dois milhões de pessoas que enfrentam a seca nas três províncias da região Sul do país, nomeadamente Maputo, Gaza e Inhambane.
Em relação ao apelo feito para o apoio as vítimas do Idai, o coordenador adjunto da OCHA, Sebastiam Rhodes Stampa, disse que este servira para aliviar o sofrimento de um total de 1.85 milhão de pessoas e assegurar que estas retomem a sua vida normal o mais breve possível.
“Este montante servirá para a aquisição de alimentos e meios de subsistência, em 156.4 milhões de dólares, a Saúde devera consumir cerca de 23 milhões, o saneamento esta orçado em 22 milhões de dólares, a reposição do sector de educação devera consumir 15 milhões, a segurança e protecção 12.7 milhões e outros milhões de dólares para a nutrição, logística, coordenação entre outros”, indica a OCHA no apelo já feito ao mundo inteiro.
Por sua vez, a coordenadora nacional da OCHA, Ema Batey disse que estes números resultam de estudos que estão a ser realizados no terreno por equipas especializadas e, a se concretizar a resposta ao apelo, será possível fazer com que a assistência prossiga, sobretudo nas componentes mais pertinentes.
Conforme referiu, a grande preocupação é evitar a eclosão de doenças diarreicas e malária, motivo pelo qual o Governo, OCHA e parceiros estabeleceram Centro do Tratamento de Malaria e Doenças Diarreicas no Centro de Saúde de Macurrungo.
Sublinhou que ate ao meio da manha de hoje não havia casos de cólera, mas asseverou que “o risco continua a ser muito alto”. Contudo, fez saber que o Governo conseguiu mobilizar especialistas de alto nível e em número suficiente vindos da Nigéria e Angola os quais já se encontram posicionados nos locais previamente identificados.
“A grande lacuna reside no número de enfermeiros e técnicos, mas a OCHA está também envidar esforços para mobilizar estes quadros”, disse e de seguida acrescentou que “há um enorme progresso na resposta considerando que o fenómeno que ocorreu aqui e único. Temos vários meios em uso e uma estratégia que está a funcionar em pleno”, ajuntou.
A assistência humanitária tem estado a ser favorecida presentemente pelas condições meteorológicas que permitem a realização de voos e também a navegação nos rios Búzi e Pungue, para além da reabertura da circulação rodoviária na Estrada nacional numero 6 (N6).
Texto de Jorge Rungo