Desta vez é por bons motivos e para o bem de todos. A zona da Ponta do Ouro, no extremo Sul da província de Maputo, que outrora foi objecto de intensas disputas de terra, está a ser reprojectada para acolher novos empreendimentos públicos e privados que, a serem concretizados, poderão tornar esta área mais aprazível para viver e fazer negócios.
Manter a Ponta do Ouro fechada em si mesma ou voltada exclusivamente para um turismo dedicado ao mercado sul-africano começa a se revelar definitivamente impossível. A ligação por estrada asfaltada com as vilas de Boane e Bela-Vista, bem como com a cidade de Maputo, está a obrigar à tomada de novas e irreversíveis decisões sobre o uso e aproveitamento da terra.
Felizmente, o clima que se vive hoje naquela região é menos tenebroso do que aquele que se assistiu no início da década de 90, altura em que aquela área foi retalhada para ser cedida, a troco de dinheiro, a interesses empresariais que se misturavam entre nacionais e estrangeiros.
Aliás, o administrador do distrito de Matutuíne, Artur Muandula, afirma com todas as letras que “os desmandos relacionados com a ocupação da terra e respectivos conflitos estão controlados”.