Os moradores agastados com a situação pedem a intervenção urgente das autoridades municipais no sentido de repor a ordem, pois para além da destruição do
seu mobiliário, estão expostas a doenças típicas da época chuvosa como são os casos de cólera e malária.
Os nossos entrevistados dizem não perceber como é que as autoridades autorizaram construções num espaço onde estava erguido a vala, daí que exigem a reposição do sistema de drenagem das águas pluviais.
Dados em nosso poder dão conta de que em 2005 as autoridades municipais haviam orientado os moradores para fazer uma lista das pessoas que ergueram as suas casas no percurso tradicional das águas, mas que esse processo redundou num fracasso.
A lista foi entregue e na altura o número dos lesados apontava para cerca de 432 casas construídas no espaço legal e seis por cima da vala de drenagem, número que nos últimos dias ronda duas dezenas.
Lúcia Vasco, disse-nos que nestas alturas a situação é mais complicada, pois quando chega a noite ninguém dorme tranquilamente devido aos mosquitos que por ali abundam. “Estamos mal, já ninguém anda a vontade particularmente para nós que temos crianças que precisam de atenção. Para tirar água para consumo precisamos de saltar o muro e entrar naquelas águas sujas, disse Lúcia Vasco.
Por sua vez, Flora Basílio Muando, contou que no dia 1 de Janeiro as pessoas tomaram banho na garagem alegadamente porque a casa de banho estava inundada. Sempre que chove é assim, já anunciamos várias vezes aos administradores mas nenhum deles conseguiu nos satisfazer, apenas dizem que vão arranjar. Desde 2000 até hoje não vimos nenhuma intervenção, lamentou.
Por seu turno, Augusto Cuambe, outro morador daquele bairro aponta como culpados desta situação a própria autoridade municipal, “pois estes autorizam a construção de várias casas em sítios impróprios, mesmo quando são denunciados”.
“Temos uma loja de venda de ração. Quando começou a obra da sua construção chamamos elementos do conselho municipal, estes vieram e mandaram interromper a obra. Aquela paralisação levou apenas 20 minutos, retomaram a actividade e hoje já estão a explorar, explicou.