Um dragão, mais conhecido por Napolo, instalou-se no famoso monte Tumbine, em Milange, distrito da província da Zambézia, aparentemente para, em protesto contra a destruição da Natureza, expressar insatisfação pelas actividades nefastas desenvolvidas pelo Homem que tem dizimado a flora e fauna nas cercanias.
No final acabou vencendo o mito. A velha crendice, associada ao monstro, tem-se espalhado com a velocidade de vento nas últimas décadas. Hoje por hoje, parece que o bicho mora ali. Toda a gente diz que sim.
Entrevistas realizadas por repórteres do domingo reproduzem mesmo uma crença social que pode estar articulada à necessidade de educação ambiental, pautada no esforço de colocar na boca do monstro a mensagem que todos deviam ouvir. Não se pode lutar contra a Natureza. Pelo menos é o que nos disseram tanto o presidente do município de Milange, assim como o próprio administrador do distrito com o mesmo nome.
Em toda a parte do mundo, sublinhe-se, ambientes de montanha são ricos em fauna e flora e abrigam, por assim dizer, nascentes dos rios, fontes preciosas de água que alimentam povos, animais e até machambas. Foi o que vimos no Monte Tumbine nos últimos dez anos.
mesmos ambientes dizem muito sobre mudanças climáticas, induzidas por processos inerentes ao desflorestamento contínuo nos ecossistemas, acção que, com muita tristeza, causa instabilidade geológica intimamente ligada a práticas agrícolas não adequadas, que podem causar inundações e deslizamentos de terra. Leia mais…
Texto de Bento Venâncio
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