Publicamos, numa das nossas últimas edições, a história de Paíto, menino de 11 anos abandonado pelo pai algures no Infulene, em Maputo. O progenitor havia literalmente trocado o filho pela namorada, deixando-o entregue à sua sorte.
Seguiram-se reacções de vários quadrantes que culminaram com a intervenção de familiares que mandaram-no de volta à casa do avó na cidade portuária de Nacala-Porto.
Paíto Nelson está, desde a passada quinta-feira, na casa do seu avó (pai de sua mãe) em Nacala-Porto, província de Nampula, onde começa desfrutar um novo ambiente da sua vida.
O miúdo partiu de Maputo na madrugada da última terça-feira na companhia de um amigo do seu pai, chamado Abdul. Em conversa telefónica na quinta-feira, confirmou-nos que o petiz já estava com o avó.
Recorde-se que Paíto vivia sozinho numa casa arrendada no Infulene enquanto seu pai morava com uma namorada no T3, ambos bairros do Município da Matola.
O caso despertou atenção do tio que vive em Pemba, Cabo Delgado. Após ler a Reportagem publicada pelo domingo entrou em contacto com Nelson (pai do menor) para saber da história.
Desesperado, o pai de Paíto entrou em contacto com a nossa Reportagem, primeiro para pedir desculpas pelo seu comportamento. Em seguida prometeu que em Junho próximo iria acompanhá-lo para casa da mãe.
Tudo indica que a pressão da família materna de Paíto não deu espaço de manobra. O menino já se encontra na cidade portuária de Nacala junto dos avós.
“ QUERO CUIDARDO MEU NETO”
Em conversa telefónica com domingo, o avó paterno de Paíto disse que está satisfeito por ter recebido de volta o seu neto. Prometeu igualmente que nunca mais permitirá que o pai deste volte a levá-lo.
Comprometeu-se em dar o devido encaminhamento ao neto: “vou sentar-me com ele e procurar saber como é que estava a viver em Maputo. Independentemente das respostas que vou ter, no final deste ano o menino irá aos ritos de iniciação e próximo ano vai à escola”, disse.
Acrescentou que foi ele que pediu para devolverem o miúdo depois de ter recebido informações de que o jornal domingo publicara uma notícia segundo a qual seu neto estava a viver momentos conturbados em Maputo.
“Fiquei aborrecido porque quando ele levou o miúdo, este vivia comigo. Não esperava ouvir isso, mas agora estou feliz porque já estou com ele e vou procurar fazer o que for preciso para lhe colocar no bom caminho”, apontou.