O Fundo Mundial para a Natureza em Moçambique (WWF), em colaboração com a Direcção Nacional de Florestal do MIDATER, realiza de 23 a 27 de Agosto corrente um treinamento sobre Conceitos e boas práticas de maneio florestal sustentável em Moçambique.
O evento terá lugar na concessão florestal designada de Catapú, no Distrito de Cheringoma e contará com a participação de cerca de 70 pessoas representantes do Governo (Direcção Nacional de Florestas e Serviços Provinciais de Florestas e Fauna Bravia), Organizações da Sociedade Civil e Órgãos de Comunicação social provenientes das Províncias de Niassa, Cabo Delgado, Nampula, Zambézia, Sofala, Inhambane, Manica, Tete, Gaza e Maputo.
Este evento tem como finalidade harmonizar o entendimento sobre os procedimentos de monitoria da exploração florestal pelos diversos actores da sociedade, sendo que para o efeito foram convidados especialistas, praticantes e académicos do sector de floresta.
O local da realização desta actividade, a concessão de Catapú, é considerada como concessão florestal modelo em termos de cumprimento de quadro legal e adopção de padrões de maneio florestal sustentável. Isto irá expor os participantes do evento a experiências práctica de gestão de concessão florestal no contexto de Moçambique.
Como principal resultado do treinamento espera-se que os participantes alcançcem um entendimento comum sobre sobre as directrizes e prácticas nas áreas de Licenciamento Florestal, Exploração madeireira (Licenças Simples, Concessões Florestais e Consumo Próprio de Produtos Florestais); reflorestamento, Transporte e trânsito de Produtos Florestais madeireiros, Fiscalização florestal, Comercialização e Exportação de Produtos florestais madeireiros, entre outros.
De salientar que Moçambique é um país com uma grande diversidade de recursos florestais, cobrindo uma área de cerca de 40,1 milhões de hectares correspondente a 51% do território nacional. Estes recursos revestem-se de grande importância, social, cultural, ambiental, científica e económica, para actual e futura geração dos moçambicanos, como fonte de geração de emprego e renda no meio rural.
Todavia, a exploração e comercialização ilegal de madeira tem vindo a colocar em causa o potencial contributo do sector de florestas para a economia local e nacional. Os níveis de madeira explorados são dominados por madeira ilegal e o volume de madeira não licenciado aumentou de 2012 a 2013 de 56 por cento a 73 por cento ou seja de cerca de 406 mil metros cúbicos a 563 mil metros cúbicos de madeira em toros.
Os Principais factores que contribuem para o actual cenário incluem a fraca fiscalização, altos níveis de corrupção, proliferação de operadores com pouco ou nenhum interesse em investir no cumprimento do quadro legal e na adopção de boas práticas de Maneio Florestal.
Neste momento, pouco mais de 800 operadores florestais sendo 210 em regime de concessão florestal e 600 em regime de licenças simples operam no país sem contudo implementar os padrões básicos de maneio florestal sustentável.
