Pelo menos vinte mil famílias vão beneficiar de energia elétrica nos bairros do Município da Matola até ao final do ano em curso, no quadro do programa de expansão e melhoramento de corrente elétrica naquela urbe levado a cabo pela Electricidade de Moçambique (EDM).
Trata-se de famílias residentes nos bairros de expansão como Intaka, Muhalaze, Matlemele, Siduava, Nwamatibjana, Malí e Boquisso. Para além de novas ligações, o projecto, designado Edap, visa o melhoramento da qualidade de energia eléctrica.
A EDM a nível da província do Maputo está focada em duas prioridades, nomeadamente o melhoramento de qualidade e a expansão da rede de energia às zonas ainda não electrificadas.
O projecto Edap contempla, entre outras acções, a construção duma subestação no bairro Muhalaze, linha de alta tensão para alimentar essa subestação com cerca de dois quilómetros, mais de 200 quilómetros de rede de média tensão e mais de 400 quilómetros de rede de distribuiçãode baixa tensão.
O projecto está em execução desde o ano passado e está orçado em 34 milhões de dólares, sendo que só na subestação de Muhalaze estão a ser investidos cerca de oito milhões de dólares.
O director da EDM na província do Maputo, Neves Xavier, disse que as obras da subestação de Muhalaze já estão executadas em mais de 50 por cento e ainda este ano milhares de famílias terão energia eléctrica em suas casas.
“Acreditamos que ainda este ano a subestação estará concluída. E também estão a ser construídas redes de média e baixa tensão que visam fornecer energia às populações dos bairros não electrificados. Estimamos realizar 20 mil novas ligações”, revelou.
Relativamente à qualidade de energia eléctrica, Neves Xavier referiu que está relacionada com os investimentos que devem ser feitos, com as alternativas de fornecimento e com a capacidade de transmissão das próprias linhas que têm sido uma condicionante para expandir a corrente eléctrica para novos bairros.
– O investimento em curso vai melhorar a qualidade porque as linhas terão maior capacidade e isso vai se reflectir na qualidade do serviço prestado.
VANDALISMO PROVOCA
DANOS AVULTADOS
A Electricidade de Moçambique calcula em 40 milhões de dólares anuais os danos resultados da vandalização e roubos de equipamentos na província do Maputo. São valores que seriam aplicados para novos projectos, mas que são desviados para reparações.
O director da EDM disse ao domingo que os malfeitores vandalizam equipamento, roubam disjuntores, conetores de iluminação pública e cabos.
A esses actos junta-se o fenómeno de redes clandestinas e roubo da própria energia por parte de alguns consumidores, provocando prejuízos avultados para a empresa.
“ Só por ano a província de Maputo perde mais de 40 milhões de dólares por causa de vandalização. São valores que aplicados no melhoramento da qualidade e expansão da rede poderiam marcar grande diferença”, explicou.
Segundo o dirigente, para estancar a situação, a empresa tem realizado campanhas de inspecção e os clientes prevaricadores são penalizados de forma exemplar.
Para situações de roubos de equipamentos, aplicam-se soluções de emergência de reforço da protecção dos mesmos. Contudo, conforme reconheceu a fonte, à medida que a EDM avança com soluções, os larápios também inovam e encontram formas de vencer a inteligência dos gestores da empresa.
“Sensibilizamos aos praticantes destas situações para que ganhem consciência do impacto que esta vandalização tem estado a causar não só para a EDM, mas também para os próprios consumidores que ficam horas sem energia devido a vandalizações”, anotou.
Perguntamos ao director da EDM sobre a eficácia dos contadores de controlo montados no ponto de ligação domiciliária, tendo respondido que os resultados são satisfatórios mas o sistema é oneroso.
“É um sistema que tem seus resultados satisfatórios, mas a sua montagem requer muito investimento. Ainda não conseguimos abranger sequer a metade dos clientes que temos. Acima de qualquer sistema está a mente humana, por isso queremos que a consciência de cada cidadão seja maior. Queremos que o cidadão saiba que tem obrigação de pagar pelos seus consumos e despesas”, apontou.
Referiu ainda que cada contador de controlo chega a custar 60 dólares e neste momento o sistema abrange cerca de 50 mil clientes do total de 260 mil que a província possui.
Custódio Mugabe
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