Os docentes com o nível de licenciatura deixarão de leccionar nas universidades existentes no país a partir de 2020. O Governo pretende com esta medida contribuir para o melhoramento
da qualidade de ensino e garantir que o mesmo esteja à altura de responder às exigências da actualidade.
Falando no decurso da II reunião Nacional do Ensino Superior, que decorreu recentemente no distrito de Gondola, província de Manica, o vice-ministro de educação, Arlindo Chilundo, disse que o governo está apostado na expansão do ensino superior com qualidade e relevância no país, mas estas pretensões só poderão ser atingidas com um corpo docente qualificado e capaz de formar profissionais do futuro.
Chilundo reconheceu que no país muitas instituições de ensino superior continuam a contratar para a docência cidadãos licenciados ‘o que não é correcto’. Para o nível de licenciatura, conforme avançou, as universidades deviam optar por cidadãos com o grau de doutoramento para garantir melhor qualidade de ensino.
“Não basta apenas expandir. O normal é termos docentes com grau de doutoramento, mas Moçambique ainda está longe disso por isso que estamos a dar tempo para que formemos mais quadros. O nosso desejo é ver a partir de 2020 todas universidades com docentes com graus de doutores”, disse Chilundo.
Sem avançar mais detalhes, Chilundo referiu que como alternativa encontrada, o governo aprovou a estratégia de formação de professores que visa capacitar, de forma acelerada, cidadãos moçambicanos para que tenham qualificações mínimas necessárias para exercerem a função de docente no ensino superior.
“ Gradualmente estamos a ter doutores a dar aulas nas nossas universidades. Mas isto não é suficiente, queremos mais. Temos certeza de que aos poucos este sonho será uma realidade”, disse Chilundo.
O problema de infra-estruturas básicas para o funcionamento das universidades é outro constrangimento que mereceu atenção naquela reunião. Chilundo explicou que o sector de educação não está satisfeito com o estágio actual das universidades, principalmente as emergentes, porque muitas delas iniciam suas actividades sem olhar para a componente infra-estruturas, nomeadamente, salas de aulas, bibliotecas e laboratórios de investigação.
Conscientes deste facto, foram adaptadas políticas que vão permitir que cada universidade crie condições para o seu funcionamento. E, num espaço de cinco anos, cada instituição de ensino deverá ter instalações próprias com meios adequados para o processo de ensino, aprendizagem e investigação.
No país existem 44 estabelecimentos de ensino superior que são frequentados por 113 mil estudantes.