Este é o princípio que guia alguns dos lares da terceira idade espalhados um pouco por todo o país. Eles têm servido como um cantinho de sossego para um número considerável de idosos.
Dentre vários, o domingoencontrou o Lar da Terceira Idade de Magoanine, que passou, a dado momento da vida, a ser o novo endereço físico e ninho afectivo de Armindo Macucule, 74 anos, natural de KaTembe, na cidade de Maputo.
Conflitos entre si e a sua filha, sangue do seu sangue, estiveram na origem da sua transferência: das mãos dos seus familiares, partiu rumo ao sossego oferecido por pessoas que, num primeiro momento, eram desconhecidas.
Armindo conta que foi encaminhado pelas estruturas do seu bairro ao Lar do Idoso de Magoanine C, enquanto o litígio, decorrente de uma alegada usurpação e venda à sua revelia do seu espaço, decorre.
Conforme afirma, tudo começou durante a guerra dos 16 anos, quando ele e membros da sua família foram obrigados a abandonar por algum tempo os seus espaços de habitação, passando a viver na Matola. Quando a paz voltou a reinar, decidiu retornar à sua procedência, mas, para o seu espanto, já havia ficado sem pedaço de terra para erguer de novo a sua vida: “a minha sobrinha vendeu os terrenos do seu pai e também o meu”, revela Armindo, com alguma angústia.