29
Arranca no próximo mês de Março a segunda fase da reabilitação de estradas destruídas durante as cheias de 2012 e 2013, destacando-se o troço que liga os distritos de Guijá e Chibuto.
O troço Guijá-Chibuto,
de 60 quilómetros,
faz parte de um total
de sete estradas da
província de Gaza que
foram destruídas pelas cheias
verificadas entre os anos 2012
e 2013.
Outras estradas em reabilitação
são Guijá-Chókwè-
-Macarretane (30 quilómetros),
Maniquenique-Chilembene-Mapapa
(51 quilómetros), e Chibuto-
Chissano-3 de Fevereiro (41
quilómetros).
As obras estão orçadas em
cerca de 170,5 milhões de dólares,
dos quais 15 milhões foram
usados durante a primeira fase
de reabilitação que decorreu entre
2014 e 2016, que consistiu
na reparação de emergência de
estradas, protecção de erosão
dos aquedutos e reparação de
algumas pontes, por forma a
permitir a circulação de pessoas
e bens.
As obras da segunda fase serão
definitivas e compreenderão
a construção de pontes, reconstrução
total da asfaltagem, bem
como da base e sub-base nos
troços que ficaram totalmente
danificados durante as cheias de
2012 e 2013.
No quadro da execução das
obras está ainda prevista a
construção de aquedutos, protecção
de taludes e manutenção
das vias. As estradas terão duas
faixas de rodagem, passeios que
vão variar entre 3,5 metros e
dois metros nos dois sentidos de
circulação.
Os quatro empreiteiros seleccionados
para a empreitada,
todos estrangeiros, foram apresentados,
há dias, aos administradores
dos distritos beneficiários
do projecto.
Dados colhidos junto do director
do Gabinete de Emergência
na Administração Nacional
de Estrada (ANE), Luís Fernandes,
indicam que a execução das
obras durará 18 meses, a contar
do próximo mês de Março, dispondo
ainda de 12 meses para o
período de garantia.
RESILIÊNCIA ÀS CALAMIDADES
NATURAIS
Pretende-se que as novas
infra-estruturas, sobretudo, as
pontes, sejam resilientes aos fenómenos
naturais como é o caso
das inundações ou cheias que
abalam a cintura do rio Limpopo.
Para cada troço foram indicados
três fiscais, sendo um do
empreiteiro e dois contratados
pela ANE, todos com a missão
de fazer o acompanhamento directo
dos trabalhos.
"A ocorrência das adversidades
climatéricas cíclicas
remeteu-nos a elaborarmos
estudos e projectos de estruturas
resilientes a estas
intempéries para evitarmos
a ocorrência de situações
de emergência futuramente.
Queremos que estes projectos
persistam durante 15 anos
de vida, de acordo com o que
está especificado nos documentos
de concurso", disse
Luís Fernandes.
Num outro desenvolvimento,
Luís Fernandes disse que o número
de pontes a serem construídas
nas quatro obras poderá
aumentar, passando de três para
um número ainda não especificado.
"A ponte que está entre
Chissano e Chibuto será destruída
para ser construída
uma outra com nova estrutura.
Achamos que é necessário
elevar a sua altura e fazer algumas
intervenções no local",
apontou.
Com a melhoria do estado
daquelas rodovias será impulsionada
a actividade económica
da província, com uma eficaz conexão
entre os distritos.
A ligação entre Chibuto e Guija,
de 60 quilómetros, é actualmente
percorrida num intervalo
de duas horas. As comunidades
contam que antes das cheias o
mesmo troço era percorrido em
uma hora ou menos.
Luís Fernandes disse que as
populações residentes nos distritos
e localidades atravessados
pelo traçado das estradas deverão
maximizar as oportunidades
de emprego e aperfeiçoamento
profissional que estas obras vão
doravante criar. Com isso, foram
instruídos os empreiteiros para
dar oportunidade à mão-de-obra
local.
Segundo Luís Fernandes, as
vilas abrangidas pelo projecto
vão beneficiar da reabilitação
das suas ruas. Esta medida vem
responder à preocupação apresentada
por alguns administradores,
segundo a qual não têm
fundos para suportar as obras
de reabilitação das estradas sob
a sua jurisdição.
ALÍVIO
O administrador de Guijá,
Arlindo Maluleque, considera que a entrada em funcionamento
da estrada que liga o seu distrito
com o Chibuto vai aliviar
o sofrimento das comunidades
residentes no corredor daquele
troço porque vai permitir o escoamento
da sua produção, tanto
para o mercado nacional, assim
como internacional, sobretudo,
Maputo e África do Sul, respectivamente.
Actualmente, para além do
maior tempo que levam para
chegar ao destino, por causa do
seu estado, muita produção agrícola,
com maior destaque para
tomate e banana, estraga-se
com facilidade e isso, às vezes,
compromete a sua comercialização,
sobretudo no mercado
internacional.
"Acredito que a estrada vai
aumentar o nível de exportação
da nossa produção, e
também vai aumentar a qualidade
do tomate que os nossos
camponeses levam para o
mercado do Zimpeto. Portanto,
a estrada vai impulsionar
a actividade comercial", disse.
EXECUTADOS 17
POR CENTO DA
ESTRADA MACUACUAMANDLAKAZI
As obras de reabilitação da
estrada Mandlakazi-Nwadjahane/
Macuacua, iniciadas em junho
do ano passado, já foram
executadas em cerca de 17 por
cento. Os dados foram tornados
públicos, há dias, pelo delegado
da ANE, em Gaza, Jorge
Govanhica, acrescentando que
aquelas vão durar 24 meses,
prevendo-se, desta forma, que
sejam finalizadas em Junho do
próximo ano.
A área em referência compreendeu
a execução de 22
quilómetros de destronca e limpeza,
19 de preparação do leito
de fundação, 19 de camada de
aterro, 4,15 de camada de sub-
-base, 0,19km de camada de
base estabilizada com cimento e
construção de 160m de aquedutos
tipo box culvert.
As obras consistem na asfaltagem
da estrada, a construção
de novos aquedutos que vão permitir
o escoamento das águas,
para além da reconstrução de
outros que foram danificados.
De referir que a estrada terá
três aquedutos, valetas revestidas
em betão, para além da
construção de uma pedra-rochão
nas fundações dos aquedutos.