O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, confessou ter ficado muito impressionado pela maneira como as autoridades escocesas fazem o desenvolvimento da sua indústria de petróleo e
gás, considerando ser de extrema importância para Moçambique que ainda está a dar os seus primeiros passos com vista á exploração destes hidrocarbonetos.
Em declarações a jornalistas moçambicanos no fim da sua visita, Guebuza vincou ter sido uma experiência a tomar em consideração no nosso país. O Chefe de Estado participou numa conferência que teve lugar em Aberdeen na Escócia, entre 25 e 26 do corrente mês, onde ele foi o principal orador.
Para além da Conferencia dedicada a Moçambique, Guebuza visitou algumas instituições e companhias questão directa ou indirectamente envolvidas no desenvolvimento da indústria de petróleo e gás nesta região do Reino Unido, nomeadamente, portos, estabelecimentos de ensino técnico profissional e vocacional, universidades, bem como empresas petrolíferas.
Na hora de balanço, o Chefe de Estado moçambicano não escondeu a sua satisfação tendo em conta o que viu no terreno, e se inteirou junto de instituições e companhias, bem como das autoridades do Reino Unido e da Escócia em particular.
“Aberdeen de 40 a 50 anos era uma pequena povoação pesqueira, não estava nestes níveis de desenvolvimento e não tinha absolutamente nenhum conhecimento sobre a parte ligada à exploração de petróleo e gás. E hoje tem muita experiencia e até exporta o “know-how’ para praticamente todo o mundo”, disse Guebuza, realçando que “isto tudo foi aprendido em menos de meio século”.
Para o Chefe de Estado moçambicano, esta foi uma oportunidade para os moçambicanos aprenderem esta experiência, tendo em conta que o país tem uma nova indústria.
Aliás, o Presidente da República recordou que o objectivo da visita a Aberdeen foi de consolidar e atrair mais investimentos para Moçambique, em particular ao nível do gás e de todos os sectores a ele ligados. “Esse objectivo foi realizado”, vincou Guebuza.
Associado a isso, segundo Guebuza, as autoridades do Reino Unido e muito particularmente de Aberdeen manifestaram o seu apoio no que diz respeito à formação de quadros e ao reforço das capacidades institucionais em Moçambique.
Uma vez conhecida a experiência de Aberdeen, Guebuza disse ser necessário que cada um dos vários intervenientes do sector de hidrocarbonetos em Moçambique analise-a para definir acções concretas das lições disso e aprofundar alguns aspectos.
No âmbito desta visita, algumas instituições responderam de forma prática às intenções de Moçambique nesta visita, como é o caso da universidade de Aberdeen que ofereceu cinco bolsas de estudo para moçambicanos serem preparados como formadores em matéria de hidrocarbonetos, os quais deverão replicar os conhecimentos, formando, dentro do país, mais pessoas.
Guebuza sublinhou que a experiência de Aberdeen deve constituir um grande desafio para todos os moçambicanos, particularmente os do sector empresarial, estabelecendo parcerias com a contraparte escocesa e do Reino Unido, em geral.
De referir que, no quadro desta visita, mais de 30 empresários moçambicanos estiveram em Aberdeen, onde participaram na conferência sobre o desenvolvimento de infra-estruturas da indústria de petróleo e gás, uma ocasião que serviu para procurar, junto dos empresários locais, parcerias que possam imprimir uma dinâmica nesta nova área em Moçambique.
“Quero acreditar que os entendimentos foram alcançados e vão permitir maior colaboração nesse processo. Uma coisa que nos parece obvia hoje é que o negócio de gás não se limita a pesquisar e ir buscar o gás lá das profundidades da terra ou do mar. Ele tem muito mais elementos que são importantes dessa mesma operação”, explicou Guebuza, referindo-se a outras actividades à jusante, relacionadas com a cadeia de valores nesta área e que precisam, igualmente, de investimentos.
Durante a sua permanência em Aberdeen, Guebuza visitou a Câmara Municipal, o porto local, que tem sido um grande centro logístico de apoio às plataformas de exploração de petróleo e gás no Mar do Norte, bem como a Universidade de Aberdeen. Esta lecciona cursos em matéria de recursos energéticos. Visitou igualmente um heliporto, também de apoio à indústria de petróleo e gás e a empresa BP.
No último dia da sua visita a Aberdeen, Guebuza inteirou-se das actividades do Laboratório da Marinha, da ASET International Academy, uma academia de formação na área de petróleo e gás, do Instituto James Hutton e da Universidade Robert Gordon.
O Chefe de Estado moçambicano deixou Aberdeen no princípio da noite de sexta-feira de regresso a Maputo.
Nesta sua deslocação, o Chefe do Estado moçambicano fez-se acompanhar pela Ministra dos Recursos Minerais e Energia, Esperança Bias, Ministro da Indústria e Comércio, Armando Inroga, Vice-Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Henrique Banze, Vice-Ministra da Planificação e Desenvolvimento, Amélia Nakare, quadros da Presidência da República e dos ministérios acima referidos. Fizeram também parte da delegação moçambicana um grupo de empresários filiados na Confederação das Associações Económicas de Moçambique CTA.