Numa intervenção considerada corajosa e legítima, por parte do Governo moçambicano, através do Ministério do Trabalho, Emprego e Segurança Social (MITESS), tendo em conta o horizonte temporal que durou o processo, aliado à burocracia que o caracterizou, alguns mineiros moçambicanos que trabalharam na República da África do Sul (RAS), desde o ano de 1989 a esta parte, não usufruíam dos descontos que tinham feito para o seu seguro social.
Num processo sob supervisão do
Ministério do Trabalho, o reembolso
do dinheiro decorreu de 16 a 27 de
Agosto do ano em curso, no território
nacional, com destaque para as
províncias de Maputo, Gaza e Inhambane,
com forte tradição em matéria
de exportação de mão-de-obra para o
sector mineiro e outros daquele país
vizinho, através de brigadas da Mineworkers
Provident Fund (MWPF), a
companhia sul-africana responsável
pela gestão do fundo social deste grupo
de trabalhadores.
Do primeiro dia até à passada quinta-
feira tinham sido pagos mais de 100
milhões e 400 mil rands, em todas as
províncias do Sul do país, para 825 beneficiários.
Para recuperar o dinheiro daquele
grupo de moçambicanos, ou seja, os
mais de 300 milhões de rands que estavam
em causa (o correspondente a
mais de um bilião e seiscentos milhões
meticais), o Governo teve de fazer,
durante anos, uma série de contactos
junto das autoridades e das empresas
mineiras sul-africanas, bem como com
a Câmara de Minas da RAS, instituição
que vela pelas companhias mineiras.