Depois de ter sido criado há sensivelmente um mês, o Gabinete de Reconstrução pós-ciclones que devastaram as regiões Centro e Norte de Moçambique entrou na fase operativa, com vista à reposição dos estragos causados pela passagem do Idai e Kenneth.Entretanto, adivinha-se que venha a ser um percurso sinuoso e prolongado, que vai exigir do Governo e dos parceiros de cooperação um redobrar de esforços, estando agendada para esta semana, na capital de Sofala, uma conferência internacional para se debruçar sobre as formas de intervenção.
Conforme havia sido acordado com os parceiros, foi realizado o levantamento dos danos em relação aos activos anteriores aos desastres, das perdas e das necessidades, de modo a determinar as etapas para recuperar o que ficou efectivamente perdido.
Para a avaliação dos custos, foi dividido o rol de necessidades por sectores de actividade, tendo sido apurado que o nosso país vai precisar de cerca de três mil milhões de dólares americanos, destinados à reposição da vida socioeconómica.
Conforme garantiu o director Francisco Pereira, a área de infra-estruturas é que deve consumir a maior parte do valor necessário, seguido da habitação, que também foi grandemente afectada, enquanto a de infra-estruturas públicas deverá absorver acima de mil milhões de dólares. No que toca às habitações, grande parte do “bolo” financeiro será destinado a ajudar famílias carenciadas, com poucas possibilidades de se reerguerem do desastre.
PRIORIDADES
A conferência representará o início de um longo processo, tomando como ponto de partida que cada um dos parceiros tem estado a financiar no país projectos concretos, o que levará à elaboração de um cronograma de intervenção, para facilitar a escolha de prioridades sector por sector.
De acordo com o director do Gabinete de Reconstrução, em termos de recuperação, todas as áreas são consideradas prioritárias, devido ao seu papel no processo de desenvolvimento nacional.
Devido à escassez de recursos, posteriormente serão estabelecidas as prioridades de recuperação, mediante o dinheiro disponibilizado, tanto pelo Governo, como pelos parceiros.
De salientar que, recentemente, David Malpass, presidente do Banco Mundial, anunciou em Maputo que será feito um desembolso muito rápido de um total de cerca de 700 milhões de dólares de ajuda para Moçambique, Malawi e Zimbabwe que foram afectados pelos efeitos devastadores dos ciclones. Entretanto, a Inglaterra e a Suécia terão manifestado a intenção de conceder a sua contribuição para o processo de recuperação em Moçambique.
Texto de Benjamim Wilson