Nos últimos tempos tem sido recorrente a circulação, nas redes sociais, de enunciados de exames finais da 10.ª e 12.ª classes. Normalmente, os conteúdos das provas ficam disponíveis antes dos dias marcados pelo Governo para a realização.
O problema é antigo e é do conhecimento do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano.
Aliás, o director-geral do Instituto Nacional de Exames, Certificação e Equivalência, Feliciano Mahalambe, falando ao domingo, acusou a sociedade de ser cúmplice, alegadamente porque ela recebe os enunciados e não faz a devida denúncia.
As consequências desta situação são enormes. Nos últimos três anos houve quase uma centena de alunos que perdeu ano lectivo e ainda outras dezenas de alunos e professores detidos, com maior destaque na cidade de Maputo.
O fenómeno está a preocupar tanto os pais ou encarregados de educação, bem como a sociedade civil, pois estes entendem que está a descredibilizar o sistema de ensino no país. Há vezes em que as autoridades da Educação tentam tomar medidas pesadas para repor a ordem, mas sem sucesso.
A título ilustrativo, em 2018, a Escola Secundária Noroeste 1, na cidade de Maputo, anulou a prova de Biologia da 12.ª classe. Na altura, 74 alunos de três júris tiveram todos 20 valores.
No mesmo ano, outros cinco alunos foram detidos pela Polícia da República de Moçambique na cidade de Maputo, indiciados de integrar uma quadrilha que orquestrou e pós em marcha um esquema de fraude dos exames de 10.ª e 12.ª classes na Escola Secundária Josina Machel. Leia mais…
TEXTO DE ABIBO SELEMANE
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