Um ambiente de festa, com alguma emoção à mistura, marcou na passada quinta-feira a reabertura do troço da Avenida Julius Nyerere, na cidade de Maputo, entre a Praça do Destacamento Feminino e a Praça dos Combatentes, vulgo “Xikhelene”.
Trata-se de um investimento
de perto de sete
milhões de dólares norte-
americanos, efectuado
pelo Conselho Municipal,
Governo de Moçambique
e o Banco Mundial, como parte
do Programa PROMAPUTO II,
que permitiu a pavimentação da
via, bem como a construção do
respectivo sistema de drenagem
e de sinalização.
Destaque vai para a reposição
do troço entre a Rua do Palmar
e o “Xikhelene”, com uma
extensão de cerca de quatro quilómetros,
o qual havia sido destruído
pelas fortes enxurradas
que quase fizeram desaparecer
parte do bairro Polana-Caniço A,
no ano 2000.
Nessa altura, enormes crateras
abriram-se, casas e vidas
humanas ficaram expostas ao
risco, tendo a destruição impossibilitado
que a via fosse transitável
até à conclusão dos trabalhos
de reposição.
Para além do separador central,
com cerca de 7,80 metros,
passeios com 1,5 metros de cada
lado, a via possui duas faixas de
rodagem para cada sentido, com
7,50 metros de largura, além do
respectivo sistema de drenagem
das águas pluviais.
Em determinadas zonas daquele
troço foi feita a protecção
das ravinas com material consistente,
valetas, colectores, aquedutos,
assim como de sistemas
das águas da zona alta para as
valas existentes nas bermas da
via.
O representante do Banco Mundial, Mark Lundell, disse
que a reconstrução da via representa
mais do que uma simples
reposição de uma estrada, pois
significa um projecto urbanístico
de grande impacto para os moradores
e do desenvolvimento da
economia local e do município de
Maputo.
Por sua vez, o presidente do
Conselho Municipal, David Simango,
referiu que a reabertura
da Avenida Julius Nyerere, uma
das mais emblemáticas do município
de Maputo, se traduzia
num dia de festa para todos os
residentes de Maputo.
Simango destacou que se
tratou de um grande desafio
para todos, com contrariedades
pelo meio, mas que, felizmente,
foram ultrapassadas, para se
conseguir concluir com a reconstrução
e requalificação daquela
importante via de acesso.
“Eram objectivos desta
intervenção, primeiro, criar
uma via bem estruturada, que
faça fluir o tráfego, evitando
acidentes e perda de tempo
em trânsito lento, passando
dos actuais 45 minutos para
sete minutos. Em segundo lugar,
visava restabelecer a ligação
entre o centro da cidade
e as zonas periféricas. Como
terceiro objectivo, o projecto
tinha em vista a reabilitação
de uma zona nobre da urbe,
potenciando a requalificação
e abrindo novos horizontes
para o desenvolvimento dos
bairros da Polana-Caniço A e
B”.
De acordo com o edil, na
implementação deste projecto
houve necessidade de expropriar
207 infra-estruturas habitacionais,
das quais 42 foram
abrangidas parcialmente, sendo
que 165 famílias tiveram de ser
transferidas para o distrito municipal
KaMavota, para as zonas
de Chiango e Romão, um processo
que custou aos cofres da
autarquia mais de 40 milhões de
meticais.
David Simango pediu aos populares
para cuidarem da obra
com carinho, porque representou
elevadas somas de dinheiro,
e que não será permitida a ocupação
das bermas e de outros
espaços da via para a venda.
O edil deu a conhecer que foi
feita, no âmbito do mesmo projecto,
a melhoria substancial do
acesso para o Mercado Mucoreane,
traduzida numa estrada
asfaltada, sendo que, para os
próximos dias, deverão arrancar
as obras de reabilitação daquele centro de comercialização.
Segundo referiu ainda o edil,
na zona de Hulene, a empresa
Aeroportos de Moçambique concedeu
ao município de Maputo
cerca de cinco hectares do seu
terreno para construir um mercado
de modo a acomodar vendedores
que ocupam a via pública.
Destacou que uma empresa
está a preparar o referido espaço,
colocando casas de banho,
entre outras infra-estruturas
básicas.
O projecto teve duas fases,
com empresas distintas, sendo
que a primeira iniciou em Março
de 2012 e durou 10 meses,
tendo sido adjudicada ao consórcio
“Aurélio Martins Sobreiro
e Filhos-SA/Arlindo Construções/
Britalar”. Contudo, face
às várias extensões de prazos
de conclusão da obra e à rápida
degradação do asfalto entre a
Praça do Destacamento Feminino
e a Rua do Palmar, a edilidade
rescindiu o contrato com aquele
consórcio.
Após o lançamento de um
novo concurso, foram adjudicadas
as obras de conclusão e de
correcção das irregularidades
detectadas à empresa Gabriel
Couto, no mês de Julho de 2015,
tendo sido fiscalizada pela “Afraplan”.
Novas rotas
vão ser abertas
O presidente do Conselho
Municipal de Maputo disse que
vão ser, nos próximos dias,
abertas novas rotas de transporte
público, tendo como ponto de
partida o Terminal da Praça dos
Combatentes.
Conforme referiu, desde a
zona de “Xikhelene” vão funcionar
as rotas “Praça dos Combatentes-
Museu” e “Praça dos
Combatentes-Praça dos Trabalhadores”,
o que vai facilitar o
acesso à cidade por parte dos
residentes.
Rua da Linha
A pavimentação do troço da
Rua da Linha situado entre a
Praça dos Combatentes e a Avenida
Cândido Mondlane foi adjudicada,
na passada quarta-feira,
à empresa Ceta.
Espera-se que dentro dos
próximos dois meses o empreiteiro
inicie a pavimentação daquela
via de grande circulação
na cidade de Maputo.
Benjamim Wilson
benjamim.wilson@snoticicas.co.mz