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FACTURANDO CERCA DE 15 MILHÕES DE METICAIS: Privado fornecia ilegalmente água da Águas de Maputo

Por Idnórcio Muchanga

A empresa Águas da Região de Maputo (AdeM) detectou e desactivou uma ligação clandestina no bairro de Laulane, efectuada por um operador privado, através da qual retirava a água da conduta de transporte da AdeM para, posteriormente, fornecê-la aos seus clientes.

A recente descoberta da ligação, que está inserida na campanha de desactivação e remoção de ligações clandestinas e irregulares,  partiu de uma suspeita, depois de se ter constatado que há mais de oito anos que o referido operador, identificado por Chavana, fornecia o precioso líquido aos seus clientes no mesmo período que a AdeM, inclusive quando o abastecimento era feito com restrições.

Diante da suspeita, a AdeM destacou uma equipa ao terreno para averiguar a situação, o que veio a confirmar-se depois de ouvir os clientes do operador, que também não entendiam o que estava a acontecer.

A seguir, efectuou-se uma escavação na rua onde está instalado o sistema do operador, onde foi detectada uma ligação clandestina à conduta de transporte, que foi imediatamente desactivada pelos técnicos da empresa.

“A ligação conectava a nossa conduta ao tubo que abastece os clientes do operador privado, uma vez que ele já não usa o seu reservatório (de água), feito de betão. Ou seja, é como se os clientes (do operador) fossem, também, nossos”, explicou Fenias Cutane, gestor do Departamento de Fiscalização da AdeM.

Os técnicos da AdeM fizeram um levantamento no terreno e constataram que o operador tem uma carteira de 369 clientes, que ficaram sem água depois da desactivação da ligação.

Os resultados do trabalho de levantamento indicam, igualmente, que o operador defraudou a empresa Águas da Região de Maputo em cerca de 372.690 metros cúbicos durante 8 anos e 5 meses, o que corresponde a 14.833.062,00 Meticais.

Entretanto, na manhã da terça-feira, 28 de Maio, a AdeM manteve um encontro com membros da família Chavana, tendo aqueles referido que a ligação clandestina tinha “sido feita pelo pai, já falecido, que era o proprietário do sistema”.

Na ocasião, para além de fornecer informação relativa ao número de clientes, a família solicitou o cálculo do prejuízo para poder negociar o seu pagamento, evitando, assim, a via judicial.

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