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Estrada Circular: não há bela sem senão

Por admin

Texto de Benjamim Wilson

A construção da Estrada Circular está a decorrer a um ritmo galopante. A nova via tem estado a servir para o escoamento de muito tráfego. Depois de pouco mais de um ano,domingo voltou a percorrer a estrada e mostra como esta começa a ganhar o seu formato.

A via está gradualmente a tomar o formato para o qual foi feito o seu desenho, com o objectivo de facilitaras condições de mobilidade e acessibilidade rodoviária entre a capital e a cidade da Matola.

As faixas de rodagem já foram implantadas em quase toda a sua extensão, faltando acabamentos nos pontos de intercepção com alguns bairros e travessias de linhas férreas.

A viagem por aquela via iniciou na secção 1, entre o Hotel Radisson e a Ponte da Costa do Sol, numa extensão de 6.3 quilómetros, onde para além de ter sido colocado postes de iluminação, os quais levam barras de betão para protecção, o empreiteiro começou a fixar os sinais de trânsito.

Junto do Restaurante Costa do Sol está em construção a nova ponte que vai ligar a Avenida da Marginal e o troço que atravessa os bairros dos “Pescadores” e “Mapulene”. Uma pequena parte daquele troço está por asfaltar, de modo a haver uma ligação com a futura ponte da zona da Costa do Sol.

Entre os bairros de “Mapulene” e “Chiango”, as duas faixas estão asfaltadas, faltando concluir os passeios e a sinalização. Próximo da Aldeia de Crianças “SOS”, foi concluída a ponte que permite a passagem naquela zona tradicionalmente pantanosa.

No prosseguimento da secção 2, que terá no total 19.9 quilómetros de extensão, entre a rotunda de “Chiango” e a vila de Marracuene foi concluída a sinalização, quer horizontal, quer vertical.

Naquela via, há a assinalar ainda que foram colocadas zonas para estacionamento e o facto de o empreiteiro ter montado um separador central feito de forma descontínua, sobretudo nas curvas, que até agora não era usual entre nós na construção de estradas.

A ponte sobre a linha férrea, na entrada de Marracuene, encontra-se concluída, possuindo um vão central e as taludes foram feitas de betão para precaver uma eventual situação de erosão.

O ponto de ligação daquele troço com a Estrada Nacional Número 1 possui uma arquitectura de certo modo artística e com um viaduto construído em forma de rotunda desnivelada.      

Uma parte da secção 3, entre a zona de “Drive In” e o “Grande Maputo”, foram colocados postes de iluminação, estando a receber os primeiros dispositivos de sinalização rodoviária. Neste troço, estão ainda a ser implantados os passeios e valas de drenagem.

Ainda na mesma secção, a estrada possui um corte na zona do Albazine, em virtude de estar a ser erguida a ponte que vai atravessar por cima da via-férrea, cujos trabalhos estão muito adiantados. Estão a ser feitos os aterros para a construção do encontro entre as duas extremidades da infra-estrutura.

Entre os bairros de Albazine e Chiango, um troço que não vai ter nenhuma rotunda, foram construídos os respectivos passeios e a asfaltagem das quatro faixas de rodagem.

A melhoria das condições de circulação neste troço da Estrada Circular já motivou a abertura de uma linha de transporte semi-colectivo, estabelecendo a ligação entre Zimpeto-Albazine e Albazine-Costa do Sol.

Na secção 4, os trabalhos de asfaltagem foram concluídos, estando por finalizar a colocação de iluminação, da sinalização, bem como dos passeios e valas de drenagem em alguns pontos daquele troço que se estende de Marracuene à zona de “Drive In”.

Na zona do “Drive In”, ponto de intercepção da “Circular” com a EN1, estão a ser finalizados os desvios para as secções 3 e 5, assim como a construção do viaduto para a passagem da via que liga Maputo e Matola. De referir que a Estrada Circular terá uma passagem por cima da actual EN1.

Na última secção da “Circular”, que terá uma extensão de cerca de 16.3 quilómetros, o trabalho de asfaltagem está quase concluído, faltando as ligações com a futura ponte sobre a linha férrea de Ressano Garcia, na zona de Matola Gare, assim como na intercepção com a Estrada Nacional Numero 4, em Tchumene.

Na futura ponte da zona de Matola Gare, os respectivos pilares já foram erguidos, faltando estabelecer o encontro entre as duas extremidades para que a estrada esteja efectivamente ligada. Naquela secção, estão ainda por finalizar em determinados pontos os passeios, bem como a fixação de sinalização e de postes de iluminação do troço da via.

De salientar que o projecto de construção da Estrada Circular está avaliado em 315 milhões de dólares, contando com o financiamento dos governos de Moçambique e da China, compreendendo uma extensão de 74 quilómetros.

ESTRADAS EM MARRACUENE

As estradas da vila de Marracuene, na província de Maputo, apresentam um aspecto agradável, em virtude de terem sido resseladas, oferecendo actualmente melhores condições de circulação de viaturas.

Aliada ao trabalho de asfaltagem das vias, destaca-se igualmente o aspecto da sinalização, facto que confere uma vista totalmente diferente a vila de Marracuene. 

As contestadas rotundas

O tamanho das rotundas, que servem de ligação da Estrada Circular com os diversos bairros por onde atravessa a via, está a ser alvo de forte contestação dos automobilistas por não oferecerem melhores condições ao trânsito.

Vezes sem conta, os automobilistas têm estado a invadir com as suas viaturas as rotundas e danificando os lancis de protecção devido à deficiente sinalização nesta fase de construção.

Técnicos ligados à área de construção de estradas vieram a público opor-se contra o tamanho das rotundas, sugerindo que sejam encontradas formas de se fazer uma correcção do actual padrão.

Marracuene e Macaneta

ligados através de ponte

A vila de Marracuene e a região turística de Macaneta, na província de Maputo, deverão ver estabelecida uma ligação através de uma ponte que está ser erguida sobre o Rio Incomáti.

Os trabalhos de construção encontram-se a decorrer a um ritmo acelerado, estando os trabalhos de edificação da infra-estrutura numa fase adiantada, tal como constatamos no local.

Enquanto decorrem os trabalhos, as pessoas que se deslocam até à Macaneta terão que se sujeitar a viajar no único batelão que opera no Rio Incomáti, ligando aquelas duas regiões.

A infra-estrutura ora em construção vai ter uma extensão de 310 metros de cumprimento e 11 metros de largura, devendo ficar suportada por um total de 10 pilares.

Benjamim Wilson
benjamim_wilson@yahoo.com.br

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