A questão da aparente divulgação quase exclusiva das propriedades da “Certeza”, um produto químico purificador de água (à parte outras aplicações), sobretudo pelas autoridades sanitárias e
outras afins, suscitou um comentário incisivo do Presidente da República, Armando Guebuza, isto na sua recente visita a alguns distritos, postos administrativos e localidades da província de Cabo Delgado, no contexto da Presidência Aberta e Inclusiva.
É que o Presidente Guebuza entende que os fabricantes da Certeza estão no seu direito e dever de fazerem toda publicidade possível e campanhas de marketing comercial do seu produto, “que até tem a utilidade que tem na nossa sociedade”.
Mas o PR já não vê com “bons olhos” o facto de as autoridades sanitárias, sobretudo essas, envolverem-se também, e excessivamente, na reprodução e multiplicação de campanhas deste produto, que de entre várias aplicações serve como purificador de água.
Este sentimento foi expresso recentemente pelo Presidente Guebuza, que fez questão de sublinhar que não está contra a “Certeza” nem a campanha que os seus fabricantes fazem sobre este produto, mas considera inconcebível que as autoridades sanitárias negligenciem a publicitação da moringa, sobretudo da sua semente que é um purificador natural de água.
Francamente. Que se faça a campanha da “Certeza” mas não deixem morrer as pessoas por consumo de água imprópria quando estas mortes poderiam ser evitadas ao sensibilizar a população a usar as sementes de moringa para purificar a água, planta esta que abunda nos quintais de muita gente. Devíamos era divulgar as propriedades que a moringa tem na purificação da água, disse Guebuza.
O PR acrescentou que um dos maiores desafios do momento é o de fazer a divulgação da moringa e suas propriedades e nesse processo a imprensa pode desempenhar um papel fundamental porque “assim evitaremos mais mortes devido a doenças provocadas pelo consumo de água não tratada, sobretudo no meio rural.
Aliás, Guebuza fez questão de afirmar que quando se fala da luta contra a pobreza é preciso perceber que para além de todos outros factores que devem ser considerados para levar a cabo este processo há que ter em conta que “o combate À ignorância é um passo também determinante para vencermos a penúria”.
Quando a gente fala da pobreza há que ter em conta as suas múltiplas dimensões. O sucesso neste combate passa, de entre vários factores, por vencer a miséria. Não podemos acabar a pobreza sem termos acesso ou usufruir daquilo que a ciência e a técnica colocam hoje à disposição do Homem, sublinhou Guebuza.