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CTA lança alerta sobre exploração de recursos minerais

Por admin

A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) lançou alerta para a necessidade de tomada de medidas por parte do Governo para evitar que a descoberta de recursos naturais afecte negativamente as exportações.

Este posicionamento foi feito na passada quinta-feira num encontro organizado por esta agremiação subordinado ao tema  "Mercado de Trabalho em Moçambique face ao Crescimento dos Recursos Naturais: Potencial Impacto Macroeconómico", durante o qual foi apresentado um estudo sobre o impacto da indústria extractiva nas taxas de câmbio, mercado de trabalho e na competitividade dos sectores agrícola e industrial no país.

Segundo Eduardo Macuácua, director-executivo adjunto da CTA, o alerta ao Governo surge do facto de a descoberta de recursos naturais implicar a entrada e circulação de muitas divisas, o que contribui para a robustez da moeda nacional, o metical, e com implicações directas na economia.

"A descoberta de recursos naturais vai gerar muita divisa e, por via disso, vai afectar a taxa de câmbio. Neste caso, o metical poderá ficar mais forte e a competitividade dos sectores não transaccionáveis (dentre os quais o das exportações) poderá baixar e os seus ganhos reduzirem. Isto poderá implicar o despedimento de trabalhadores e, até certo ponto, o encerramento de algumas empresas",explicou Macuácua.

Entretanto, para além das exportações, a indústria extractiva, por ser muito competitiva, pode também afectar muitos sectores no país. "O capital e a mão-de-obra tendem a mover-se para o sector mais competitivo, neste caso o da indústria extractiva, em detrimento dos outros sectores da economia. A agricultura, a manufactura e o turismo por exemplo, ressentir-se-ão  disso, por serem sectores não transaccionáveis".

O estudo, intitulado "Mercado de Trabalho em Moçambique Face ao Boom dos Recursos Naturais", foi desenvolvido pelo programa da USAID/SPEED, em parceria com a CTA e refere que Moçambique ainda não possui quadros suficientes para fazer face à demanda da indústria extractiva, daí que as multinacionais têm sido literalmente obrigadas a recorrer à mão-de-obra estrangeira.

"Apesar das limitações, é possível treinar os trabalhadores nacionais a um padrão internacionalmente aceite e usar a mão-de-obra predominantemente nacional, mesmo no sector extractivo, como é o caso da Mozal", indica o estudo.

Esta situação, segundo acrescenta, pode ser revertida se se investir fortemente no desenvolvimento de habilidades (para toda a economia e não apenas para a indústria extractiva).

Em relação aos outros sectores, o estudo recomenda que se usem as receitas da indústria extractiva para suportar as outras áreas da economia, assim como melhorar a produção e produtividade agrícolas.

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